09 novembro 2015

Secretaria embarga atividades da Samarco em Mariana após acidente

Barragens de Fundão e Santarém se romperam na última quinta-feira (5). 
Empresa só tem permissão para voltar a operar quando reparar danos.


A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais informou nesta segunda-feira (9) que todas as atividades da Samarco Mineradora na região de Bento Rodrigues, em Mariana, estão suspensas desde a última sexta-feira (6).
A empresa não poderá operar a mina de Germano, de onde extrai minério de ferro, até que repare todos os danos causados pelo rompimento de duas barragens na última quinta-feira (5).
Durante o período de embargo, a Samarco só poderá fazer ações emergenciais, que minimizem o impacto do rompimento e previna novos danos.
O rompimento causou uma enxurrada de lama que destruiu o distrito de Bento Rodrigues e, até o momento, foram registradas duas mortes. Vinte e cinco pessoas estão desaparecidas, entre funcionários da empresa e moradores da região.
Auxílio para famílias
No domingo (8), o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) recomendou que a empresapague um salário mínimo por mês para cada família atingida na tragédia. Se a Samarco não cumprir a recomendação em cinco dias, o MP-MG vai recorrer à Justiça para obrigar a empresa a fazer o pagamento.
Mais de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos e água foram despejados sobre distritos de Marianacom a queda das barragens.
Bento Rodrigues foi o mais atingido, e os mais de 600 moradores foram retirados de suas casas. A onda de lama ainda atingiu outras comunidades, como Paracatu de Baixo e Camargos, e a cidade de Barra Longa.
Medidas de reparo
De acordo com a secretaria, a Samarco só poderá retormar as atividades após a apuração das causas do rompimento e a "adoção de medidas de reparo dos danos provocados".
No local onde opera a Samarco, ainda existe a barragem de Germano, a maior entre as três que compunham o sistema de rejeitos, que também corre risco de se romper. A Samarco já havia declarado que as atividades estavam paralisadas em todo o complexo industrial em Mariana.
Em Ubu, no litoral do Espírito Santo, onde a empresa tem a usina de pelotização de minério para exportação, as operações também serão suspensas assim que acabar o estoque de minério, informou a empresa.
Desastre ambiental
O governo e o Ministério Público já consideram o rompimento das barragens em Mariana como o maior desastre ambiental da história de Minas Gerais. A lama atingiu dezenas de cidades no Leste do estado. 
Uma nova previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) aponta que a lama deve chegar aoEspírito Santo pelo Rio Doce na madrugada desta terça-feira (10). Antes, estimava-se que isso ocorreria nesta tarde.
As cidades se preparam para a chegada da lama. Em Linhares, a foz do Rio Doce começou a ser aberta, na manhã desta segunda, no distrito de Regência. Além de Linhares, Baixo Guandu eColatina vão ser afetados.
A Samarco afirmou que está atenta a qualquer repercussão no Espírito Santo e em constante contato com as autoridades competentes em função do acidente ocorrido nas barragens em Minas Gerais. Diz ainda que está monitorando permanentemente a expansão da mancha de lama que avança no Rio Doce.

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