17 fevereiro 2016

Vacina contra vírus da zika se mostra promissora em ratos, diz laboratório

Empresa diz que testes em humanos devem começar ainda em 2016.
Ao menos 15 empresas estão trabalhando em vacinas contra zika.


As esperanças de se desenvolver uma vacina contra o vírus da zika deram um passo adiante nesta quarta-feira (17), quando a empresa farmacêutica Inovio Pharmaceuticals disse que uma dose experimental induziu uma reação robusta e duradoura em ratos.
Atualmente, pelo menos 15 empresas e grupos acadêmicos estão empenhados na criação de vacinas contra o zika, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em função do temor crescente do público diante do vírus, que se propaga pelas Américas.
A zika, cujos sintomas incluem febre baixa e irritação cutânea, vem sendo ligado a casos de microcefalia – uma má-formação cerebral - em recém-nascidos no Brasil, embora a conexão ainda não tenha sido provada.
Não existe tratamento nem vacina comprovados contra a doença, uma prima próxima dos vírus que causam dengue, chikungunya e febre do Oeste do Nilo.
A Inovio disse em um comunicado que os ratos que receberam sua vacina desenvolveram anticorpos e mostraram reação das células-T, que desempenham um papel importante na imunização do corpo.
"A seguir, iremos testar a vacina em primatas não-humanos e iniciar a fabricação do produto clínico. Planejamos iniciar a Fase I dos testes em humanos de nossa vacina contra o zika antes do final de 2016", afirmou o executivo-chefe da Inovio, Joseph Kim.
A Fase I é o primeiro estágio de um processo de três etapas de testes de novos medicamentos e envolve o uso de um produto experimental em voluntários saudáveis.
A vacina de DNA da Inovio está sendo desenvolvida com a empresa sul-coreana GeneOne Life Sciences e com colaboradores acadêmicos. Um colaborador canadense disse à Reuters no mês passado que o teste da vacina em humanos pode começar já em agosto.
Outros projetos de vacina
Entre outras organizações com projetos de vacina contra o vírus da zika relativamente avançados está a indiana Bharat Biotech, que informou no início de fevereiro que sua vacina experimental está prestes a ser aplicada em testes pré-clínicos com animais.
Os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos também estão trabalhando em outra vacina de DNA, e a farmacêutica francesa Sanofi, que fabrica a primeira vacina contra dengue do mundo, anunciou em 2 de fevereiro que está lançando um projeto de vacina do zika.
Apesar do programa de trabalho acelerado, entretanto, a OMS estima que serão necessários pelo menos 18 meses para que qualquer vacina contra o zika esteja pronta para ser utilizada em testes clínicos de larga escala.

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