03 julho 2009

Gripe suína - Salas de aula mal ventiladas ajudam a propagar vírus

Um alerta para as escolas de Raul Soares

Portas e janelas fechadas. Ventiladores ligados e cerca de 40 estudantes no mesmo ambiente. O cenário seria perfeito para enfrentar o inverno. Mas, com o avanço da gripe suína – em Minas já são 113 pessoas contaminadas –, o que seria aconchego se tornou risco de contaminação. É esse perigo que muitas escolas de Belo Horizonte correm, pois a maioria não tem salas com circulação ideal de ar. “Em lugares fechados, a transmissão se dá com mais frequência”, alerta o infectologista Unaí Tupynambás. Para a superintendente de relações institucionais do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), Marília Machado, quanto menor a ventilação, maior a ameaça.


Prova disso são os números. De acordo com o boletim divulgado quinta-feira pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), já são 49 pessoas infectadas pelo vírus no Colégio Dom Silvério e o surto começou com um aluno de 8 anos, que esteve na Argentina. Os contaminados são estudantes, professores, funcionários e familiares, o que fez com o que a escola suspendesse as atividades. Também na quinta-feira, a SMSA orientou o Colégio Santa Maria, na região Noroeste, a interromper temporariamente as aulas de três salas do 4º ano do fundamental, porque trigêmeos de 9 anos apresentaram sintomas da doença, depois de contato com colegas que estudam no Dom Silvério e moram no mesmo condomínio. No total, cinco instituições de ensino na capital suspenderam a aulas por causa do vírus.

Consideradas ambientes de permanência, pois os estudantes ficam durante um bom tempo nela, as salas de aula, segundo Marília, deveriam ser estruturadas para oferecer melhores condições de saúde àqueles que a frequentam. “Antigamente, uma sala em BH era construída com 3,5m de altura, o que fazia com que o ar quente ficasse no topo do cômodo, dificultando o contato com as pessoas. Hoje, as construções estão menores e o ar quente está praticamente entre os indivíduos”, diz, alertando que, assim, o risco de contaminação é maior. “O ideal é um ambiente arejado, onde o ar é sempre renovado.”

(Parte de texto de Luciane Evans/Estado de Minas)

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