Trajetória
Considerada uma pessoa ‘sem experiência política’, Dilma Rousseff conseguiu se eleger presidente em sua primeira disputa eleitoral. Ex-Ministra das Minas e Energia e ex-Ministra da Casa Civil, Dilma passou a ser considerada o braço direito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir de 2005, com a queda do homem forte do PT, José Dirceu, exonerado do cargo depois das denúncias de ser o mentor do mensalão. Em 31 de março deste ano, a petista deixou a cadeira para disputar a Presidência da República, com a bênção de Lula, que foi seu principal apoiador e cabo eleitoral.
Dilma Vana Rousseff Linhares, mineira de Belo Horizonte, nasceu em 14 de dezembro de 1947. Os primeiros anos escolares foram no Colégio Sion, exclusivo para meninas e onde se falava com os professores em francês. Em 1965, foi transferida para o Estadual Central e, em seguida, fez faculdade de economia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), palcos da efervescência cultural e política da capital mineira. Resultado: Dilma integrou a Polop, Colina e VAR-Palmares, organizações clandestinas. Viu amigos serem presos, torturados, exilados e assassinados pela repressão.
Em 1970, foi presa e torturada nos porões da Oban e do Dops, em São Paulo. A Justiça Militar a condenou por “subversão”, com pena de dois anos e um mês de prisão – que na prática vivaram quase três anos. Libertada, voltou para Belo Horizonte e em seguida foi para Porto Alegre, onde o marido, Carlos Araújo, também capturado pela repressão, cumpria pena de quatro anos. Jubilada da UFMG por ter se envolvido em organizações de esquerda, ela recomeçou os estudos de economia na capital gaúcha.
Engajada na campanha pela anistia aos presos políticos, foi uma das fundadoras do PDT gaúcho junto com o marido e atuou diretamente no movimento Diretas Já. Em 1986, foi nomeada secretária da Fazenda pelo prefeito de Porto Alegre, Alceu Collares. Com a eleição do prefeito para o governo estadual, assumiu a Secretaria Estadual de Minas, Energia e Comunicação. O convite foi refeito na gestão de Olívio Dutra no governo gaúcho, eleito em 1998 a partir de uma aliança entre PDT e PT. Dois anos depois, com o rompimento entre os partidos, filiou-se ao PT.
Dilma concluiu a segunda passagem pelo governo gaúcho no fim de 2002. Lula havia sido eleito presidente da República e a convidou para assumir o Ministério das Minas e Energia. Lá ficou até 21 de junho de 2005, quando foi deslocada para a Secretaria da Casa Civil, onde sucedeu José Dirceu (PT).