Desde 2005, quando a Casa da Moeda do Brasil deixou
de fabricar a nota, a circulação é cada vez menor
Henrique Moraes
A psicóloga Márcia Ricardi guarda
a cédula de R$ 1 para dar sorte (Foto: Henrique Moraes/Agência O Diaf) |
Rio - Quem tem uma cédula de R$ 1 no bolso é melhor
pensar duas vezes antes de usá-la. Afinal, o consumidor pode ter nas mãos muito
mais do que seu valor nominal, já que a nota passou para a categoria de cédula
rara e pode valer, entre os colecionadores, aproximadamente R$ 165, conforme
Catálogo de Cédula e Moedas do Irley Soares e Cláudio Amato.
Desde 2005, quando a Casa da Moeda do Brasil deixou
de fabricar a nota, a circulação é cada vez menor. Se no fim daquele ano havia
583 milhões dessas cédulas, hoje há apenas 149.282.073 ainda nas ruas.
Diretor de Divulgação da Sociedade Numismática
Brasileira (SNB), Bernardo Marin Neto informa que a regra para definir o valor
das cédulas é a seguinte: quanto menor for a emissão da nota, mais ela valerá .
“Quanto menos o Banco Central emitir uma cédula com a assinatura de um ministro
ou um presidente do BC, maior é o valor dela”, informou o diretor de divulgação
da SNB.
Neto diz ainda que as notas que não circularam pelo
país e têm menor tiragem podem custar bem mais do que o valor de face. “A nota
de R$ 1, de 1996, assinada pelo então ministro da Fazenda, Pedro Malan, e pelo
presidente do Banco Central (BC), Gustavo Loyola, sem ter circulado, custa
entre os colecionadores aproximadamente o valor de R$ 165”, revela o diretor.
Em nota, o Banco Central, instituição responsável
pela circulação das cédulas, informou que a cédula de R$ 1 deixou de ser
produzida porque a instituição vem priorizando a emissão de moedas “que
apresentam uma relação custo-benefício melhor do que a das notas em razão de
sua durabilidade”, informou o BC.
A psicóloga Márcia Ricardi, de 37 anos, guarda em
casa algumas notas antigas. Entre as elas, uma de R$ 1. “Não me considero uma
colecionadora, apenas fiquei com algumas notas antigas para recordação. Já a
nota de R$ 1 guardei como símbolo de sorte. Andava com ela na carteira, mas,
com receio de perdê-la, passei a deixá-la guardada em casa”, relata. “Tenho
apenas uma cédula do nosso primeiro lote de R$1 e não pretendo me desfazer.
Porém, ao descobrir que as cédulas antigas têm valor para colecionadores, penso
em vender as demais notas”, acrescenta a psicóloga, que possui 21 cédulas
antigas. Entre elas, nove de mil cruzados. A moeda foi criada em 1986.
Substituição gradativa por moedas
Segundo o Banco Central, as cédulas de R$ 1 podem
ser usadas no comércio e ainda não têm data para deixarem de valer. O BC
informa ainda que elas são substituídas progressivamente por moedas.
Diretor de divulgação da SNB, Bernardo Marin Neto
diz que a entidade fica em São Paulo, na capital, e que todas quartas-feiras e
sábados faz trocas indiretas para sócios da entidade. “É um local onde qualquer
um pode vender as cédulas”, conta Neto. Mais informações pelo www.snb.org.br.
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