no velório de Yumi Faraci
Amiga da adolescente Yumi Faraci sentiu-se mal durante o velório
Muita comoção nos velórios dos três estudantes mineiros mortos no deslizamento sobre a pousada Sankay, em Angra dos Reis, na madrugada do primeiro dia do ano; Yumi Imanishi Faraci, Paulo Sarmento e Isabella Godinho Rocha.
No Crematório e Cemitério Parque Renascer foi velado o corpo de Yumi Imanishi Faraci, 18 anos, filha dos donos da pousada Geraldo e Sônia Faraci. Pais, familiares e muitos colegas da faculdade acompanharam o velório e relembraram a alegria e o carisma da adolescente. "Estamos inconformados. Yumi era uma pessoa de muita luz", ressaltou a tia paterna Raquel Faraci.
Durante todo o velório, a mãe de Yumi relembrou os momentos que antecederam ao acidente, nos quais a filha demonstrava muita alegria e comemorava a passagem do ano. O corpo de Paulo Sarmento também foi velado no cemitério Parque da Colina.
(Carlos Rhienck)
Família de Yumi ainda tenta compreender a tragédia
Corpo da jovem foi cremado
Enquanto isso, o pai da menina, Geraldo Faraci, também tentava entender a tragédia debruçado sobre o caixão, beijando a face da filha. Durante a cerimônia, as pessoas ouviram e cantaram músicas de que Yumi mais gostava. Atendendo a um desejo dela, suas cinzas serão lançadas na Enseada do Bananal, na Ilha Grande, local da tragédia onde ela morreu, ao lado do casal de amigos Isabella Godinho e Paulo Sarmiento, além de dezenas de outras pessoas, mas os pais da estudante não sabem se retornam ao litoral do Rio de Janeiro.
A mãe da jovem se emocionava com a chegada de cada amigo da filha. De longe, era possível sentir a agonia do seu choro. Em cada abraço, relembrava os momentos alegres da filha com a pessoa que desejava condolências. Com uma das amigas, comentou que Yumi tinha o sono pesado e que, se não fosse isso, ela poderia ter escutado o barulho do desmoronamento e se salvado. Uma colega da estudante no curso de arquitetura na UFMG desmaiou e precisou ser socorrida. Isabela, uma prima que dividia apartamento com Yumi, no Bairro Ouro Preto, Região da Pampulha, comentou com amigos que também foi convidada a passar o revéillon em Ilha Grande, mas que não foi porque se preparava para uma prova. “Se eu tivesse ido, estaria no mesmo quarto”, comentou, emocionada.
Tia de Yumi, a assistente social Raquel Faraci, de 44, foi um dos poucos integrantes da família a comentar a tragédia e se emocionou ao falar sobre a sobrinha. “Era uma menina de muita luz, muita serenidade, inteligente. Só tinha histórias bonitas. Era uma pessoa muito alegre e vamos guardar essa alegria dela com a gente. Ela tinha muita vontade de viver e viveu cada momento da sua vida intensamente, os shows, as músicas, o último réveillon, que ela comemorou tanto, tudo”, concluiu emocionada.
Reencontro
Gustavo Pucci, Cristiano Dayrell e Éric Crevels, três amigos da estudante que estavam com o grupo na Ilha Grande e conseguiram sobreviver à tragédia, não conseguiam esconder o sofrimento e o trauma do drama que viveram. Cristiano disse que vai voltar a estudar, mas a faculdade não será a mesma sem a amiga que morreu. “Ela era incrível, a melhor amiga que eu tinha no curso”, disse o estudante, lembrando a festa da virada do ano que antecedeu a tragédia.
Depois da ceia, o grupo foi mergulhar no mar, mas, como chovia muito, retornou para o quarto dividido por todos, na casa dos pais de Yumi, construída sobre o restaurante da pousada. “Estou traumatizado. Fico assustado só de ouvir uma cadeira sendo arrastada. Qualquer barulho me faz lembrar o som horrível da terra descendo e destruindo tudo”, disse Cristiano.
(Pedro Ferreira)
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