foram ao dentista, diz associação
No Dia Nacional do
Cirurgião-Dentista e da Saúde Bucal, o presidente da Associação Brasileira de
Odontologia (ABO), Newton Miranda de Carvalho, diz que gostaria de voltar ao
sistema antigo em que, em vez de o profissional estar apenas no consultório,
ele atuava nas escolas primárias. ”Nós reduzimos muito o número de cáries com
esse sistema”, informa.
Aline Lopes, dentista de um Núcleo
de Saúde da Família em Samambaia, nos arredores de Brasília. A Associação
Brasileira de Odontologia (AB) anunciou que cerca de 27 milhões de pessoas
nunca foram ao dentista na vida, por falta de informação ou acesso. Lopes diz
que é fundamental a atuação dos profissionais odontólogos nas comunidades para
tentar reverter o quadro Valter Campanato/ABr
“O problema básico é que a educação para a saúde
ainda é deficiente. A ação governamental ainda é insuficiente” acrescenta.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem
22.139 equipes de saúde bucal em atuação. Mesmo assim, Carvalho conta que ainda
há 27 milhões de brasileiros que nunca foram a um dentista, por falta de
informação ou por falta de acesso. “As 22 mil equipes de saúde bucal que
existem no Brasil são um grande avanço, mas insuficientes para colocar o
problema da saúde bucal em patamares aceitáveis”, diz Carvalho.
Aline Lopes, dentista de um núcleo de saúde da
família em Samambaia, cidade do Distrito Federal,destaca a importância da
atuação de uma equipe como essa na comunidade. ”A grande vantagem é que a gente
consegue ficar próxima do paciente. Eu conheço as famílias que atendo. Consigo
rastreá-las, acompanhá-las desde a raiz dos seus problemas”, conta.
O Brasil concentra o maior número de dentistas do mundo, mas “a
má distribuição geográfica é o problema” , diz o presidente da ABO. Newton de
Carvalho explica que em um simples exame o dentista pode detectar o início de
problemas que vão de uma simples cárie até algo mais sério, como o câncer de
boca.
"O câncer bucal esta aumentando de forma
absurda. Em 2012, estimamos que cerca de 7 mil pessoas foram diagnosticadas com
a doença. Para 2013, estimamos 14 mil. Isso é um índice muito alto, está
dobrando em pouco espaço de tempo. É o fumo, o álcool, o sol sem proteção, a
radiação ataca o lábio", alerta Carvalho.
Além disso, o presidente da ABO explica que a
literatura científica médica e odontológica é rica em exemplos de relações
comprovadas entre a boca e doenças cardíacas e pulmonares, diabetes,
hipertensão e até o nascimento de bebês prematuros.
Newton de Carvalho recomenda a ida ao dentista de
seis em seis meses. “Que escovem os dentes de três a quatro vezes por dia e não
deixem de ir ao dentista. Não é só quando o dente dói que devemos ir ao
dentista. Muitas vezes quando o dente dói, o problema já está avançado”. Para
ele, o Dia Nacional do Cirurgião-Dentista “não é só de comemorações, é para
lembrar que existem doenças bucais”.
(Agência Brasil)
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