14 outubro 2012

Mutirão para operar “orelhas de abano” de 94 pessoas em Minas

Paulo César feliz com a possibilidade
 de ficar livre das “orelhas de abano”
O pesadelo vivido pelo estudante Paulo César, de 12 anos, que sofre bullying por causa do tamanho das orelhas, tem data para acabar. Na próxima quarta-feira, ele e mais 93 pacientes serão submetidos à cirurgia de Otoplastia, conhecida como “orelhas de abano”.

A ação faz parte do Mutirão da Cirurgia Plástica organizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que conta com a participação de oito hospitais de Belo Horizonte e dois do interior do Estado (Juiz de Fora e Pouso Alegre).
Gratuidade.

As cirurgias são gratuitas e destinadas aos pacientes da fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Este é o terceiro ano em que acontece o mutirão na capital. “Os pacientes são selecionados seguindo o maior tempo de espera e priorizando os casos de urgência da fila do SUS”, comenta o presidente da regional mineira da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Cláudio Salum.

A idade ideal para realizar a Otoplastia, de acordo com Salum, é após os seis anos. Antes disso, a orelha passa por uma fase de crescimento. “A vantagem da realização da otoplastia na infância é fugir dos apelidos indesejáveis e dos traumas psicológicos”, comenta.

Paulo César enfrenta o problema desde os nove anos. “Ele reclama de apelidos que recebe e já chegou a não querer ir a escola”, conta a mãe, Míriam Torres. Há seis meses na fila de espera, ele está ansioso, “não vê a hora de fazer a cirurgia e voltar à rotina sem a zoação dos colegas”, comenta Míriam.

Enfermeira
A enfermeira Lorena de Freitas, de 29 anos, é outra paciente que será operada na próxima semana e vai realizar um sonho de infância. “A minha orelha sempre me incomodou muito, principalmente na escola onde ouvia muitas piadinhas. Sempre tive vergonha de prender meu cabelo e essa cirurgia vai mudar tudo, até minha autoestima”, desabafa.

Dois mil pacientes já foram beneficiados
Desde a sua criação, em 2010, o mutirão beneficiou cerca de 2 mil pacientes em todo o país, sendo 350 em Minas. “Cada ano tem um tema, que designamos de acordo com a maior necessidade dos pacientes que estão na fila. São cirurgias reparadoras de todos os tipos, como pálpebras, mama e câncer de pele”, explica Salum.

“O intuito é diminuir as filas do SUS, além de sabermos das dificuldades que o paciente mais carente encontram para realizar cirurgias plásticas reconstrutoras”.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, a fila de espera para a cirurgia plástica reparadora de diversos tipos soma 130 pacientes, dentre homens, mulheres e crianças. Os 94 pacientes a espera da Otoplastia foram encaminhados aos hospitais participantes da campanha.

Em BH, os hospitais são: Santa Casa de Misericórdia, Hospital da Baleia, Alberto Cavalcanti, Universitário São José, Hospital das Clínicas, Julia Kubitschek, Hospital São Francisco e Hospital da Criança.

No interior, as cirurgias irão ocorrer em Pouso Alegre e Juiz de Fora. A iniciativa precede a 17ª Jornada Mineira de Cirurgia Plástica, entre os dias 18 a 20 de outubro em BH.
(Hoje em Dia)

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