17 julho 2013

Abre Campo

Vereadores indignados cobram pagamento de salários de servidores públicos

Os vereadores Celinho de Paiva, Dim de Leonel, Wantuil da Policlínica e Zé Romildo manifestam indignação ao prefeito do município de Abre Campo, Marcio Victor, por falhas e erros acometidos à população abre-campense, nos últimos dias.

É função de vereador legislar e fiscalizar a execução de leis. E esses quatro vereadores claramente estão em busca de exercerem esse papel, sem mazelas e sem politicagem.
Mais que esta afirmativa esses vereadores, representantes legítimos do povo, entendem que essas falhas podem ser classificadas como improbidade administrativa, com apoio da Câmara Municipal que aprovou iniciativas absurdas que lesam o município e a população de bem que cumpre com seus deveres e obrigações de munícipes.

Salários em atraso
Em abril deste ano os vereadores aprovaram unanimemente (8 a zero) o Projeto de Lei nº 07/2013, de autoria do Chefe do Executivo Municipal (prefeito), pedindo autorização para efetivar pagamento de despesas de exercícios anteriores, entre elas a Folha de Pagamento - ativos, inativos, pensionistas e contratados - no valor de R$ 359.757,32 (do exercício de 2012), em quatro parcelas mensais e sucessivas, no dia 30 de cada mês, a partir de maio de 2013.
Esse compromisso não foi cumprido pelo Executivo Municipal, os servidores não receberam os salários que fizeram jus no ano passado e, neste ano, não receberam nem a primeira parcela prometida pelo prefeito.   
Os quatro vereadores citados manifestam repúdio e indignação a essa atitude maldosa do prefeito e se colocam do lado dos servidores em sua defesa e em nome da moralidade.

Aquisição de imóvel para Farmácia de Minas
O Projeto de Lei nº 13/2013 autoriza o Chefe do Poder Executivo Municipal adquirir um lote de terras com área de 206,53 m2, no Bairro Clemente, no valor de R$ 95 mil reais para construção da Farmácia de Minas.
Esse projeto foi aprovado por unanimidade (8 a zero).

Aquisição de imóvel para garagem municipal
O Projeto de lei nº 12/2013 autoriza o Chefe do Poder Executivo Municipal adquirir uma área de terras de 2.000 m2, no Córrego da Conquista, perímetro urbano da cidade, no valor de R$ 200 mil reais para construção de galpão a ser utilizado como garagem para os veículos, ônibus e máquinas do município.
Esse projeto foi aprovado por 5 votos favoráveis e quatro votos contrários (dos vereadores citados).

Aquisição de imóvel para creche e parque de eventos
O Projeto de lei nº 14/2013 autoriza o Chefe do Poder Executivo Municipal adquirir uma área de terras de 22.000 m2, no valor de R$ 900 mil reais para construção de parque de eventos e creche, uma vez que a creche existente está instalada em local inadequado para funcionamento.
O pagamento será efetivado em 18 parcelas, sendo a primeira no valor de R$ 300 mil, à vista; três parcelas de R$ 60 mil e quatorze parcelas de R$ 30 mil.
Esse projeto foi aprovado por 5 votos favoráveis e quatro votos contrários (dos vereadores citados).

Imóveis- O porquê dos vereadores votarem contra
Os vereadores Celinho de Paiva, Dim de Leonel, Wantuil da Policlínica e Zé Romildo votaram contrários por entenderem que Abre Campo e sua gente estão sendo lesados.
Primeiramente, porque o prefeito pediu parcelamento da folha de pagamento do exercício anterior (em atraso) com alegações de elevadas dívidas do município. Mas, não efetuou o pagamento prejudicando ainda mais os servidores que, além de terem ficado sem dinheiro no final do ano passado, hoje estão inadimplentes a compromissos assumidos.
O não pagamento de salários de servidores também desaquece a economia de Abre Campo proveniente do comércio local.

Depois, porque os imóveis foram avaliados com valor superior ao preço de mercado, além de outras irregularidades como falta de encaminhamento da Anotação de Responsabilidade Técnica/ART do Crea/Conselho Regional de Engenharia capaz de validar o laudo de avaliação dos imóveis. O avaliador simplesmente indicou que se baseou em negócios concretizados em Abre Campo, mas não citou exemplos.

O pagamento desses imóveis será feito em mais de um exercício financeiro, sem autorização de inscrição do débito em dívida fundada, além da não indicação da dotação orçamentária e a observância dos artigos 16 e 17 da Lei Complementar nº 101/2000.

Ainda, há de se lembrar que não foi apresentada certidão de inteiro teor dos imóveis, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis da Comarca para verificação de propriedade.

Com tudo isso, o prefeito pediu autorização para pagamento desses imóveis de forma imediata, à vista, na ordem de R$ 595 mil reais (R$ 95 mil da Farmácia de Minas, R$ 300 mil da primeira parcela do parque de eventos e creche e R$ 200 mil da garagem).

É lastimável saber que esse episódio está acontecendo em Abre Campo, uma famigerada contradição ou uma descarada vergonha. Pois com alegações de elevadas dívidas do município o prefeito pediu parcelamento para pagar os salários atrasados aos servidores na ordem de R$ 359 mil.

Não paga os servidores, mas arranja jeito para pagar à vista um valor de quase R$ 600 mil reais para aquisição de imóveis.  

Diárias de viagens de servidores da Câmara
O Projeto de Resolução nº 04/2013 de autoria da Mesa Diretora da Câmara Municipal, concede diárias de viagens para vereador e servidor que se ausentar do município, a serviço do Legislativo.
Valores das diárias
Capitais= Presidente da Câmara e Vereador: R$ 500,00 / Servidor: R$ 400,00; Grandes Centro (mais de 100 mil hab.)= Presidente da Câmara e Vereador: R$ 400,00 / Servidor: R$ 300,00; Cidades de médio e pequeno porte (menos de 100 mil hab.)= Presidente da Câmara e Vereador: R$ 250,00 e Servidor: R$ 200,00.
Mais uma vez votaram contrários a este projeto os vereadores Celinho de Paiva, Dim de Leonel, Wantuil da Policlínica e Zé Romildo.  
É que eles entendem que os valores estão fora da realidade e que estamos em tempo de fazer economia, principalmente a Câmara Municipal como órgão fiscalizador que preza pelo princípio da economicidade e moralidade da administração pública.

A população e o município de Abre Campo estão sendo lesados, estão no prejuízo com apoio de agentes públicos. Os quatro vereadores indignados chamam a atenção da população abre-campense e esperam providências da Justiça.

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