Os Loucos por
Cidadania
“Todos que estão,
são. Mas nem todos que são estão”.
(Frase escrita no
Hospício de Barcelona, Espanha).
Companheiras
e companheiros,
Temos
muito para comemorar os dez anos de governos pós-neoliberais de Lula e Dilma
(PT e partidos aliados), como bem soube escrever em seu livro o professor
militante e sociólogo Emir Sader (Boitempo Editorial).
Defender
o PT e o governo significa divulgar, contar suas realizações, ou seja, as
políticas públicas que fizeram milhões de pessoas terem uma vida mais digna.
Acabei
de ler a história emocionante de homens, mulheres e crianças internadas no
famoso hospício de Barbacena (MG) – travestido de hospital psiquiátrico – “O
Colônia”, onde 60 mil pessoas morreram, como num campo de concentração nazista
fundado em 1903 pelo Estado brasileiro. No livro de Daniela Arbex O Holocausto Brasileiro (um presente do
nosso amigo Mauro Ângelo, mineiro residente em Toledo), a autora revela a
barbárie praticada com as pessoas que chegavam no “trem de doido”, expressão
criada pelo escritor João Guimarães Rosa, internadas como loucas as pessoas
diferentes que desafiavam o poder das oligarquias (homossexuais, prostitutas,
alcoólatras, epiléticos, críticos, etc.).
Na
página 53 do referido livro, Sônia e Terezinha, por exemplo, que viveram lá
durante 50 anos, nos porões da loucura, hoje com mais de 60, então somente em
2003 no governo Lula, elas experimentaram o gosto da liberdade, sendo incluídas
como tantas outras e outros no Benefício de Prestação Continuada, concedido
pela LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social) a pessoas com necessidades
especiais, passaram a ter o direito a um salário mínimo e mais uma bolsa de
R$240,00 mensais oferecida pelo programa “De volta para casa”, do Ministério da
Saúde, instituído em 2003 pela lei federal (auxílio reabilitação psicossocial a
pacientes com longas internações psiquiátricas, nas quais ficaram submetidos à
privação de liberdade).
Assim,
elas, Sônia e Terezinha e outras pessoas, tiveram a chance de ganhar um
endereço em uma das 28 residências terapêuticas de Barbacena, com chuveiro
quente, sabonete, toalha, guarda-roupa (para cada uma) e comida boa como elas
diziam.
De
2003 para cá, a cidade de Barbacena (vizinha da minha cidade Raul Soares/MG,
que por sinal enviou pessoas para “O Colônia” e que seus cadáveres foram
comercializados para a Universidade de Juiz de Fora), como todas as cidades
brasileiras, receberam vultosos recursos federais para incentivar a economia, desenvolvendo
o comércio local.
Consequentemente,
os loucos de Barbacena, que tanto envergonharam a cidade das flores passaram a
ser consumidores de sapatos, depois de tantos anos descalços; de roupas depois
de tantos anos nus; tintas para os cabelos, que branquearam ao longo de tanto
tempo de dor e tristeza naquele ambiente gelado e fétido vindo do interior do
prédio. Um terror nazista...
Em
2011, já no governo Dilma “país rico é país sem pobreza”, Sônia e Terezinha
experimentaram o gosto de serem felizes e o gosto da liberdade, viajando de
avião para Porto Seguro/BA. Foram conhecer o mar, sentiram-se inteiras pela
primeira vez, começaram a tomar consciência da sua humanidade, da alegria de se
sentirem gente e serem felizes.
Parabéns
à jornalista e escritora Daniela Arbex, filha do grande jornalista e escritor
José Arbex Júnior.
Viva
o Lula, Viva a Dilma, Viva o povo brasileiro, Viva o PT, seus militantes,
simpatizantes e aliados por um Brasil melhor!
Joana Darc Faria de
Souza e Silva joanadarcfssilva@hotmail.com
Professora
de História, especialista em Educação de jovens e adultos e Ensino da cultura,
artes e história afro-brasileira e indígena na educação básica. Filiada e militante
do PT desde 1989.
Toledo, julho de
2013.
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