23 julho 2013

Frente fria que chega ao estado vai
abaixar os termômetros a partir de hoje

Quem estava ansioso esperando o frio do inverno já pode preparar os agasalhos. Uma frente fria que chega ao estado vai abaixar os termômetros a partir de hoje e pode chover na Zona da Mata, Oeste, Sul de Minas e na Região Metropolitana de Belo Horizonte durante a noite. Há possibilidade até de geada no Sul. Apesar de o calendário indicar oficialmente a estação mais fria do ano, Minas registra temperaturas de verão. Na capital, por exemplo, os termômetros chegaram a superar os 30° ontem. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a máxima registrada foi de 31,2°, a maior para um mês de julho desde 1940.

Segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, uma massa de ar quente estava impedindo a entrada do frio, que hoje chega com a primeira massa polar do ano ao estado. A previsão é de que amanhã a máxima em Belo Horizonte chegue a 21°, uma queda de 9° a 10°, e a mínima, a 16°. A alegria para os fãs do inverno, no entanto, deve durar pouco. De acordo com o especialista, o frio deve ir até o fim de semana e depois as ondas de calor voltarão a predominar. “Com o aquecimento global, a gente observa que a cada ano as temperaturas estão subindo no inverno. Registramos o junho mais quente do estado nos últimos 30 anos”, observou Ruibram.

No início da tarde de ontem, o estudante de engenharia ambiental André Ribeiro, de 23 anos, se refrescava em um dos bebedouros da Praça da Liberdade, na, Região Centro-Sul de BH. “Estou estranhando bastante a temperatura, está muito quente, parece verão. Meio-dia e o sol rachando, de escaldar”, constatou ele, que estava de short e camiseta, a caminho da aula. A temperatura alta atrapalha os estudos e até o sono à noite. “Está complicadíssimo. Fico rolando na cama a noite inteira. Acordo com muita sede, suando, e acabo não descansando.”

O calor aflige especialmente quem precisa trabalhar a céu aberto. “Está horrível, desconfortável, isso não é serviço de gente fazer. De manhã até que é tranquilo, mas à tarde fica pesado. Essa temperatura deixa a gente mais cansado”, reclama o auxiliar de operações Ricardo Rodrigues, de 33, que pouco depois das 13h de ontem usava uma pá para tirar pedras de uma das fontes da Praça da Liberdade. O colega dele Silberto Rodrigues, de 27, diz que os movimentos ficam mais lentos e exigem mais esforço. “O calor dá dor de cabeça. À noite a gente sente o corpo ruim, dor nos braços. Com frio é bem melhor”, conta.

“Quando eu era moleque, nesta época a gente acordava e até soltava aquela fumacinha pela boca. De uns tempos para cá, esquentou”, diz o adestrador de cães Bruno Marcos Felisberto, de 28. Para a mulher dele, Vana Ribeiro, de 24, porém, o clima está “fresquinho”. É que a estudante de direito, moradora de BH há quatro anos, está habituada ao clima úmido e quente de sua cidade natal, Manaus. Mesmo assim, a ela concorda que o inverno belo-horizontino parece mais quente a cada ano.

(Estaminas)

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