A colheita de café gerou mais de 19 mil empregos em Minas |
Apesar das muitas dificuldades enfrentadas pelos
cafeicultores de Minas Gerais, principal produtor do país, o setor continua
sendo um grande gerador de emprego. Com a colheita nas lavouras em maio, o café
respondeu por 19.432 novas vagas das 22.925 que foram criadas no Estado.
Foi graças a ele que Minas liderou a geração de
emprego, vindo o Estado a responder por 38,96% das vagas criadas no País em
maio, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)
divulgados nesta semana pelo governo. Na divisão por municípios é possível
notar a importância da cultura cafeeira no mapa do emprego.
De acordo com o Caged, em MG lideram a lista na
criação de vagas os municípios de Três Pontas (892), Ipatinga (843), São
Sebastião do Paraíso (665), Machado (634) e Guaxupé (578), todas eles com
tradição na produção de café.
Por outro lado, sem ter relação com o produto, a
capital Belo Horizonte aparece em penúltimo no ranking, com saldo negativo de
1.600 vagas em maio, seguida por Contagem, na região metropolitana, que viu
1.982 empregos desaparecerem.
Com esses números contrários em cidades grandes,
apesar de fechar com alta de 0,5% em relação ao mês anterior, o resultado foi o
pior maio desde 2010 para os mineiros. Puxado justamente pelo café, este mês no
Estado as contratações costumam ser bem maiores; Em maio do ano passado foram
criados 25.916 postos de trabalho, 11,5% a mais que agora.
Cenário
No País a cafeicultura criou em maio 44,1 mil
vagas, mas este número já esteve bem mais alto. Os motivos para isso são a
crise no setor e a mecanização que avançou muito nas lavouras do Sudeste. Um
exemplo disso é a cidade de Cabo Verde (MG), onde o número de pessoas que
trabalhavam na safra do café caiu de 6,5 mil para 1,5 mil. Isso em razão da
máquina conhecida por "mãozinha", um equipamento portátil e de custo
baixo que faz o trabalho de quatro pessoas.
Situação parecida se repete em outros municípios
onde a meta é reduzir custos para enfrentar o preço baixo do café e a seca, que
prejudicou as lavouras. Em Minas, a expectativa, segundo a Conab (Companhia
Nacional de Abastecimento), é produzir na safra de 2014 cerca de 22,9 milhões
de sacas de 60 quilos de café. O volume é 16,88% inferior ao registrado na
safra passada. E a estiagem é apontada como a grande vilã.
Inversão
No País todo a previsão é colher 44,57
milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. Se for mantida essa
quantidade, será encerrado o ciclo de crescimento registrado safra após safra
desde 2005, com a queda de 9,33% no comparativo com os números do ano passado
(49,15 milhões de sacas).
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