Fomos atrás de respostas para os boatos na internet
de que esse animal, originário do sudeste asiático, seria mais perigoso do que
saudável para nossa alimentação
Criado e pescado há milênios no rio Mekong, no
Vietnã, um dos maiores cursos d'água do mundo, com 4.350 quilômetros de
extensão, o peixe panga, ou gato – como também é conhecido –, é consumido não
apenas nesse pequeno país asiático, mas em todo o mundo. Exportado para a União
Europeia, Estados Unidos, Rússia, entre outros, seu consumo, no Brasil, ganhou
destaque nas redes sociais, já que boatos dizem que sua carne é imprópria, por
ser um animal cheio de vermes e metais pesados.
"O panga, em alguns rios do Vietnã, tem verme, mas quando é criado em cativeiro, isso não ocorre. A gente não precisa se preocupar com o consumo dele no Brasil, porque a importação passa por inspeção federal. Toda carne que entra aqui no nosso país é livre de qualquer contaminante", explica Leonardo Boscoli Lara, professor de nutrição e produção de animais silvestres e exóticos da UFMG. A principal empresa que importa esse peixe no país garante que seus fornecedores vietnamitas criam o panga apenas com ração. O especialista compara os boatos relacionados ao pescado asiático com a história que circula há naos, de que comprarmos frango cheio de hormônios. "Nunca existiu frango 'bombado' no mercado. Ele é resultado da ciência, através do cruzamento de raças, para agilizar o crescimento do animal. É mais perigoso comer um peixe pescado num rio, do que o panga, que passa por inspeção", completa.
O risco maior, na verdade, é a ingestão de peixe cru, já que muitas espécies possuem vermes. Quem consome esse tipo de carne in natura, quando não há comprovação de procedência ou não houve resfriamento – neste caso, é o oposto do observado com o atum, salmão e pescado branco ofertados em restaurantes japoneses –, pode adquirir a difilobotríase, que é uma infecção causada por um parasita, conhecido como tênia dos peixes. Os especialistas explicam que o simples ato de cozinhar a carne já elimina qualquer organismo impróprio.
No caso do panga, o que pode ter gerado essa confusão e, respectivamente, os boatos, é seu hábito alimentar. Por ser onívoro e até necrófago, a espécie asiática come qualquer coisa que esteja disponível, incluindo restos de animais mortos. Portanto, a captura de um exemplar diretamente no rio Mekong, pode, sim, representar risco à saúde humana, como qualquer outro peixe que se alimenta "de tudo".
"O Ministério da Agricultura já fez três inspeções no Vietnã, desde 2009, e não encontrou absolutamente nada de errado. O panga é totalmente seguro para alimentação e exportação", diz Lilian Viana Teixeira, professora do departamento de tecnologia de inspeção em produtos de origem animal da UFMG. Para ela, os boatos estão mais relacionados à questão comercial, já que o panga, no Brasil, chega a custar menos que o peixe mais barato do mercado – neste caso, a merluza. "Devido aos boatos, podemos ter esse peixe sendo vendido como outra espécie, para ter maior aceitação entre os brasileiros. Porém, seu sabor é um pouco mais forte que o da tilápia", conclui.
"O panga, em alguns rios do Vietnã, tem verme, mas quando é criado em cativeiro, isso não ocorre. A gente não precisa se preocupar com o consumo dele no Brasil, porque a importação passa por inspeção federal. Toda carne que entra aqui no nosso país é livre de qualquer contaminante", explica Leonardo Boscoli Lara, professor de nutrição e produção de animais silvestres e exóticos da UFMG. A principal empresa que importa esse peixe no país garante que seus fornecedores vietnamitas criam o panga apenas com ração. O especialista compara os boatos relacionados ao pescado asiático com a história que circula há naos, de que comprarmos frango cheio de hormônios. "Nunca existiu frango 'bombado' no mercado. Ele é resultado da ciência, através do cruzamento de raças, para agilizar o crescimento do animal. É mais perigoso comer um peixe pescado num rio, do que o panga, que passa por inspeção", completa.
O risco maior, na verdade, é a ingestão de peixe cru, já que muitas espécies possuem vermes. Quem consome esse tipo de carne in natura, quando não há comprovação de procedência ou não houve resfriamento – neste caso, é o oposto do observado com o atum, salmão e pescado branco ofertados em restaurantes japoneses –, pode adquirir a difilobotríase, que é uma infecção causada por um parasita, conhecido como tênia dos peixes. Os especialistas explicam que o simples ato de cozinhar a carne já elimina qualquer organismo impróprio.
No caso do panga, o que pode ter gerado essa confusão e, respectivamente, os boatos, é seu hábito alimentar. Por ser onívoro e até necrófago, a espécie asiática come qualquer coisa que esteja disponível, incluindo restos de animais mortos. Portanto, a captura de um exemplar diretamente no rio Mekong, pode, sim, representar risco à saúde humana, como qualquer outro peixe que se alimenta "de tudo".
"O Ministério da Agricultura já fez três inspeções no Vietnã, desde 2009, e não encontrou absolutamente nada de errado. O panga é totalmente seguro para alimentação e exportação", diz Lilian Viana Teixeira, professora do departamento de tecnologia de inspeção em produtos de origem animal da UFMG. Para ela, os boatos estão mais relacionados à questão comercial, já que o panga, no Brasil, chega a custar menos que o peixe mais barato do mercado – neste caso, a merluza. "Devido aos boatos, podemos ter esse peixe sendo vendido como outra espécie, para ter maior aceitação entre os brasileiros. Porém, seu sabor é um pouco mais forte que o da tilápia", conclui.
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