28 maio 2009

Bancos dão mais prazo para comprar o carro

Bancos esticam os financiamentos de veículos. Número de parcelas nas concessionárias salta de 60 para até 80 meses

O crédito volta, os prazos de pagamento aumentam e os juros caem. Os efeitos da crise econômica mundial estão se diluindo e as concessionárias de Belo Horizonte voltam a financiar carros novos em até 80 meses a partir desta quinta-feira. "Recebemos comunicado de um banco avisando sobre a ampliação do prazo de pagamento. Quem tem uma boa ficha vai comprar financiamento em melhores condições já amanhã (quinta)”, disse o gerente da Líder BH Veículos, instalada na região Centro-Sul da capital mineira, Dálcio Amorim. Recentemente, na Pisa, Automax, BHFor, o número de parcelas foi dilatado de 60 para 72 vezes.

"Alguns bancos começam a se mexer. A aprovação ainda está restrita, mas é questão de tempo. O fato é que as condições estão realmente melhorando”, disse o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos em Minas Gerais (Sincodiv-MG), Mauro Pinto de Moraes Filho. Suspenso desde outubro do ano passado, o Itaú Unibanco anunciou a volta do financiamento em 72 meses no último dia 14. A justificativa foi a sinalização da retomada do crescimento econômico no segundo semestre. Pela mesma razão, o Banco do Brasil informou segunda-feira que, no crédito para veículos, os juros que estavam entre 1,31% e 2,63% ao mês passaram para entre 1,22% e R$ 2,44%.


Na quarta-feira, de forma mais agressiva, foi a vez do Bradesco. O banco confirmou a ampliação do prazo máximo do financiamento de veículos zero-quilômetro de 60 para 80 meses, além de reduzir os juros. A taxa mínima caiu de 1,52% para 1,20% ao mês. “A decisão foi tomada por causa do cenário econômico e do comportamento da inadimplência, que internamente está estável. O governo fez esforço ao reduzir o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) e, agora, o Bradesco dá a sua contribuição para o mercado continuar ativo. É o maior prazo do mercado e significa uma parcela 18% mais barata para o cliente”, afirmou o diretor-executivo do banco, Ademir Cossiello.

Ele explica que a aprovação do crédito não ficou mais restritiva. “Quem tinha crédito do passado, continuará tendo”, destaca. No primeiro trimestre deste ano, o Bradesco somava em sua carteira 2,7 milhões de veículos financiados, nas linhas de Crédito Direto ao Consumidor (CDC), Leasing e Finame, com saldo de R$ 41,1 bilhões.

O cenário propício às compras, desejado antes mesmo do agravamento da crise, ganha força, de acordo com os números divulgados ontem pelo Banco Central (BC). A média diária de concessões de novas operações de crédito cresceu 1,2% de março para abril, atingindo R$ 7,164 bilhões. O estoque de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) avançou 0,4%, batendo o recorde de R$ 1,248 trilhão. A taxa de juros média do crédito livre atingiu em abril 38,6% ao ano, ante 39,2% em março. Com a queda, a taxa se consolida abaixo dos níveis praticados durante a fase mais aguda da turbulência financeira, já que é a mais baixa desde junho de 2008, quando estava em 38%.

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