Cidades de Mata Verde e Carmo do Paranaíba serão administradas pelos presidentes das câmaras municipais até que seja realizada nova eleição
Maria Clara Prates – Estado de Minas
Com a cassação dos prefeitos de Mata Verde, no Vale do Mucuri, e Carmo do Paranaíba, Região do Alto Paranaíba, em sessão do Tribunal Regional Eleitoral na noite de quinta-feira, sobe para 15 o total de prefeitos cassados em Minas. Na maioria deles, a motivação para o afastamento foi a compra de votos, como aconteceu no caso dos prefeitos de Mata Verde e Carmo do Paranaíba. Nas duas cidades, o TRE determinou que fossem realizadas novas eleições. Até que isso ocorra, a administração municipal fica a cargo dos presidentes das câmaras municipais.
De acordo com balanço do TRE, em Minas, três cidades já realizaram novas eleições – Fronteira dos Vales, Ponto Chique e Francisco Sá, sendo que outras quatro estão sendo comandadas pelos presidentes do Legislativo municipal: Ipiaçu, Ipatinga, Itabirito, Salto da Divisa. Também em quatro cidades – Divisa Alegre, Ipaba, Carmo do Rio Claro e Ouro Verde de Minas – assumiram a administração os segundos colocados nas eleições.
E ainda, mesmo cassados, os prefeitos de Cachoeira Dourada e Pintópolis permanecem nos cargos porque aguardam desdobramentos de seus processos judiciais. De acordo com o TRE, são dezenas os candidatos vitoriosos nas eleições de outubro do ano passado que tiveram suas candidaturas cassadas pelos juízes de 1ª instância, mas ainda não foram analisados pelo tribunal.
Construção Segundo a investigação judicial, o prefeito de Mata Verde, Florisvaldo Alves Martins (PSDB), reeleito com 57% dos votos, e seu vice, Íris César dos Santos Moreira (PDT), prometeram doações ou dinheiro para seus eleitores. Depoimentos colhidos durante a fase de instrução do processo comprovaram que foram distribuídos vales para a compra de material de construção e pagamento posterior, sempre condicionados a votos. Segundo o procurador eleitoral José Jairo Gomes, testemunhas confirmam ainda que a compra dos votos era feita na própria casa do prefeito. “Os depoimentos também deixam claro o envolvimento da esposa do investigado Florisvaldo Martins no sistema de captação ilícita de sufrágio, o que ocorria em sua própria casa,” afirma Gomes.
Também por unanimidade, o prefeito reeleito de Carmo do Paranaíba, João Braz de Queiroz (DEM), e seu vice, José Caetano de Almeida Neto, foram cassados por compra de votos, por meio de um pretenso programa social que tinha o sugestivo nome de Quarentinha. Isso porque o objetivo era distribuir R$ 40 mensais aos seus eleitores caso o prefeito fosse reeleito. O juiz Renato Prates considerou que a estratégia de campanha de João Braz se transformou numa verdadeira “indústria de compra de votos”.
Prefeitos afastados
Cidades sob o comando da Câmara Municipal: Mata Verde, Carmo do Paranaíba, Ipiaçu, Ipatinga, Itabirito e Salto da Divisa.
Sob comando dos segundos colocados: Divisa Alegre, Ipaba, Carmo do Rio Claro e Ouro Verde de Minas.
Aguardam no cargo: Cachoeira Dourada e Pintópolis.
Novas eleições já realizadas: Fronteira dos Vales, Ponto Chique e Francisco Sá.
(Fonte: Tribunal Regional Eleitoral de Minas (TRE/MG)
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