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Segundo alguns historiadores, a origem das Bandas de Música está ligada aos grupamentos militares que vieram para o Brasil com a Corte de D. João VI, no ano de 1808. Dois anos depois, um decreto mandou estabelecer em cada regimento um corpo de música. A partir de 1814, se espalhou nos quartéis o ensino e a prática de instrumentos mais atualizados, em substituição às antigas bandas de tocadores de charamelas, pífanos, trombetas, caixas e timbales. O aperfeiçoamento bandas veio ainda no Século XIX, com a introdução da flauta - criada pelo alemão Theobald Bohm, nascido em 1794 - e do saxofone – invenção do belga Adolf Sax, nascido em 1814 -, este criado em 1840.
E na história da cidade de Raul Soares registra-se a presença de excelentes bandas de música que se faziam presentes nos principais eventos da sociedade; escolas, clubes, inaugurações, política, carnaval e desfiles públicos.
Vez ou outra ao ouvirmos algumas retretas, dobrados e marchas nos vem à mente a figura de Antonio Charuto e Benedito, Geraldo Barbosa, Nemésio Simas, Papi, Bagoneta, Ulisses, José Rita e os filhos Quito, José, Gerson e Idelfonso, Zé Corrêa, Fernando Costa, Dr. Gerardo Grossi, Geraldo Cai Cai, Gena, Zé Henrique,Tuta, Lulú de Granada, Valdir de São Pedro, Quinzinho Meloso, Júlio Melo e outros.
Os raul-soarenses ficaram um bom tempo sem uma banda para alegrar e animar as festividades sociais e esportivas. Dentro da necessidade as bandas de cidades vizinhas eram convidadas a animar o festejo; bandas de São Pedro dos Ferros, Granada, Rio Casca, Santa Cruz do Escalvado, Rio Doce, etc.
Em novembro de 1999 chegou em Raul Soares o Padre José da Silveira Miguel que, com seu dinamismo, cuidou de consertar a ‘nossa casa’ e oferecer à sociedade benefícios de primeira linha que, há muito, estava esquecido ou no abandono. Assim aconteceu com o cemitério que hoje abriga com dignidade os entes que se foram e a Igreja Matriz São Sebastião que passou a ser santuário, entre outros bens que orgulham a população.
Pelo empenho desse religioso, obreiro de natureza e destemido por obra divina, foi possível resgatar a Casa da Banda de Música Santa Cecília de Raul Soares que existiu junto ao Barracão da Leopoldina. O prédio nem existia mais e em seu lugar havia mato robusto e até árvores. Contando com pessoas responsáveis e de espírito às causas públicas, o Padre José Miguel, iniciou há quatro anos a construção da nova Casa da Banda, num projeto arrojado. A corporação é dirigida pelo presidente Paulo Silvestre da Silva e pelo maestro João Bifano.
Na tarde de hoje, 30 de agosto, com presença de bandas de música de cidades vizinhas e muitos presentes, o prédio foi inaugurado (com festa) e entregue à cidade que pode se orgulhar de ter um edifício moderno e confortado para abrigar a corporação musical. Nesse edifício foi construída a moradia do maestro e mais três moradias para locação, uma sala de ensaios, cozinha e demais infra estrutura e um espaçoso salão de festas para reuniões sociais, educativas e festas diversas.