Quatro entre os cem melhores municípios brasileiros para se viver estão em território mineiro. Puxados principalmente pela ampliação do mercado de trabalho e pelo aumento dos salários, Itabira, Ouro Branco e Belo Horizonte juntaram-se a Nova Lima, que já figurava no ranking elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Encabeçam um grupo seleto de cidades cujo Índice Firjan de Desenvolvimento dos Muncípios (IFDM) - uma espécie de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medidor de qualidade de vida criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) - ultrapassa a nota 0,8, considerada alta.
Para chegar à classificação, a entidade elaborou três sub-índices: Educação (IFDM-E), Saúde (IFDM-S) e Emprego e Renda (IFDM-E & R). No cálculo, levou em conta fatores como qualificação dos professores e evasão escolar, atendimento pré-natal e taxa de mortalidade infantil, e estoque dos empregos formais e evolução dos rendimentos médios. Entre as mineiras, o propulsor para a subida no pódio das “top 100” foi o item que mexe no bolso da população. Com a economia em céu de brigadeiro, numa época de forte demanda por commodities, esses municípios receberam empreendimentos e levaram prosperidade econômica aos seus cidadãos. Vale lembrar que os dados são referentes a 2006.
De 2005 para o ano seguinte, Itabira, onde atua a mineradora Vale, chegou a um IFDM-E & R de 0,9973. Com a proximidade da nota máxima (1,0), assumiu a liderança no quesito no Estado e a vice no país, atrás apenas de Hortolândia, no interior de São Paulo. Hoje, três anos depois, ainda colhe os frutos da boa safra, mas tenta espantar a nebulosidade deixada pela crise financeira internacional, que deu os primeiros sinais em setembro de 2008.
A capital mineira também levou medalha. No Estado, alcançou a 4ª colocação geral, com 0,8417 pontos. Mais uma vez, o que alavancou o desempenho foi a geração de postos de trabalho e o salário mais gordo depositado na conta no início do mês. O rendimento médio dos belo-horizontinos subiu 9,2%, chegando a R$ 1.343.
BH também avançou na área de saúde. Ainda não alcançou o atendimento de 95% das gestantes com seis ou mais consultas de pré-natal, defendido como parâmetro ideal pela Firjan, mas obteve um dos melhores desempenhos do Estado: 69,4%, em 2006.
Na educação, entretanto, a fórmula não foi tão bem-sucedida. O índice para esta área teve um recuo de 0,7705, em 2005, para 0,7534, no ano seguinte. Mas o retrocesso não impediu a capital de subir da 8ª para a 4ª posição entre as sedes dos estados brasileiros. Segundo os dados da Firjan, coletados junto ao Ministério da Educação, o que prejudicou BH foi a queda na taxa de atendimento na Educação Infantil, em creches e pré-escolas das redes municipal, estadual e privada. O percentual de crianças matriculadas teria caído de 34,0% para 28,8%, mas a Prefeitura contesta, alegando que naquele ano ampliou as vagas de 11.071 para 12.409.
Em compensação, a capital registra maior qualificação dos professores do Ensino Fundamental. Em 2006, 89,6% deles tinham diploma de curso superior.
No geral, o resultado deixou BH atrás somente de Vitória, São Paulo e Curitiba – capitais com IFDM de 0,8642, 0,8568 e 0,8546, respectivamente. Com relação aos estados, Minas saiu dos 0,7793, em 2005, para os 0,7911 pontos, em 2006, um incremento de 3,2%, apesar de permanecer como a quinta federação mais desenvolvida do país.
Novamente, destaque para emprego e renda, cuja nota foi 0,8696. Já na vertente educação, o Estado recuou de 0,7257 para 0,7232, mesmo tendo subido da 7ª para a 5ª posição no ranking que avalia crianças na sala de aula e profissionalização dos professores. Os piores resultados estão nas regiões mais pobres: Norte, Jequitinhonha e Mucuri. Já os melhores ficaram no Sul, Centro e Triângulo.
(Janaína Oliveira e Ana Paula Lima – Repórteres)
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