14 setembro 2012


Nova droga contra câncer
de próstata chega em março

Injeção deve ser tomada a cada seis meses, facilitando a adesão ao tratamento

Uma nova droga que deve chegar ao Brasil a partir de março do próximo ano permitirá que o paciente com câncer de próstata avançado - que já não pode ser tratado com cirurgia - receba a medicação a cada seis meses. Urologistas observam que a periodicidade favorece a adesão ao tratamento e traz mais conforto ao paciente. A novidade foi discutida na semana passada em São Paulo, no 12º Congresso Paulista de Urologia.

O acetato de leuprorrelina, que tem o nome comercial de Eligard, faz parte do grupo de medicamentos usados na hormonioterapia. Para pacientes que são diagnosticados em estágio mais avançado, com metástase (tumores espalhados), a supressão do hormônio masculino é a primeira alternativa terapêutica, à medida que esse hormônio que "alimenta" o tumor.

Caso a terapia hormonal falhe em suas várias formulações, recorre-se à quimioterapia. A cirurgia de retirada da próstata só é indicada em casos diagnosticados precocemente.

Para o especialista norte-americano David Crawford, que participou do congresso, o desenvolvimento da hormonioterapia vai fazer com que, no futuro, o câncer de próstata avançado seja tratado como uma doença crônica, como o diabetes. "Temos esperança de transformar o câncer de próstata avançado em uma doença controlável", disse o urologista, chefe da seção de Uro-Oncologia da Universidade do Colorado.

Segundo o urologista Rodolfo Borges dos Reis, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia - Seccional São Paulo (SBU-SP), para os pacientes que estão em boa condição de saúde, quanto menos se lembrarem da doença, melhor. "Quando a medicação é só a cada seis meses, o paciente vai se lembrar menos da doença", declara.

O medicamento, que deve ser aplicado em uma injeção subcutânea, está em fase de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No Brasil, por enquanto só estão disponíveis doses mensais e trimestrais. A estimativa é que cada dose semestral custe cerca de R$ 3.000

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