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Política de Resíduos Sólidos perto do prazo, Minas ainda luta pelo fim
dos lixões
Dentro de 15 meses, vence o prazo para que os municípios brasileiros regularizem a coleta e o tratamento do lixo. Mas, em Minas, pelo menos 267 cidades não deram sequer o primeiro passo para cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Dentro de 15 meses, vence o prazo para que os municípios brasileiros regularizem a coleta e o tratamento do lixo. Mas, em Minas, pelo menos 267 cidades não deram sequer o primeiro passo para cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O governo de
Minas se antecipou, ao criar há dez anos o programa “Minas sem lixões”. A
Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e, a partir de 2008, também a
Fundação Israel Pinheiro, apoiariam os municípios na execução de projetos
visando ao depósito correto do lixo.
A
meta era acabar, até 2011, com os lixões em 80% dos municípios mineiros. No
entanto, reportagem do Hoje em Dia mostrou nessa segunda-feira (6) um
quadro bem diferente: cerca de 70% de nossos municípios ainda não se prepararam
para cumprir a legislação.
Destaca-se
o caso da histórica São João del-Rei, cidade natal
do presidente Tancredo Neves e onde o senador Aécio Neves passou a
infância. Há 11 anos, 90 toneladas de lixo são depositadas diariamente num
morro onde se localiza a nascente do rio das Mortes Pequeno, responsável por
parte do abastecimento de água potável para a cidade.
Um
professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal de São João
del-Rei, Leonardo Rocha, diz que a água do rio contaminada pelo lixo
vem sendo consumida sem qualquer tratamento pela população rural e, com
tratamento, por moradores da zona urbana.
A
prefeitura admite que 70% do lixo poderiam ser reciclados, mas isso depende
ainda da formação de um consórcio de 16 municípios ligados à Associação dos
Municípios do Campo das Vertentes. Para isso, será assinado nesta semana um
convênio. O professor Leonardo Rocha deve ser o coordenador do consórcio.
Outro
citado na reportagem é Muriaé, um dos 38 municípios da Zona da Mata que ainda
não se livraram dos lixões. No mês passado, o Ministério Público propôs ação
contra o Departamento Municipal de Saneamento Urbano, para proibir que o
funcionamento de um lixão continue contaminando as águas do rio Glória.
A
boa notícia é que começou a ser construído no município um aterro sanitário. Um
investimento de mais de R$ 1,4 milhão.
A
falta de recursos é o maior entrave alegado pelos prefeitos, segundo o diretor
de Gestão de Resíduos da Feam, Renato Teixeira Brandão, para descumprir a lei.
Enquanto prefeitos não forem responsabilizados pela Justiça e pagarem do
próprio bolso, não teremos o fim dos lixões como prioridade – muito maior que o
embelezamento das praças
das cidades.
(Hoje em Dia)
(Hoje em Dia)
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