16 maio 2013

Prejuízo milionário: Cemig flagra
cem "gatos" em grandes clientes
A maior parte dos “gatos” é feita por clientes de baixa tensão
As fraudes em medidores de consumo de energia e as ligações clandestinas, conhecidas como “gatos”, geram um prejuízo anual de R$ 250 milhões à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Essa perda financeira é, em parte, rateada entre todos os consumidores. Somente neste ano, foram cem fraudes detectadas entre clientes corporativos da Cemig.

Apesar de o prejuízo já estar contabilizado, a situação foi regularizada e houve recuperação de 9.180 megawatts (MW), capazes de abastecer 9 mil residências.

Segundo o engenheiro de tecnologia e normalização da Cemig, Saad do Carmo Pereira Habib, na maioria dos casos dos clientes corporativos, a fraude é realizada no medidor, diferentemente do que ocorre no gato de baixa tensão, quando há ligação direta na rede. “Ocorre adulteração dos medidores. Percebemos a violação do lacre e a ranhura dos discos de medição”.

Anomalias
Recentemente, a Cemig identificou, por meio de seu Centro Integrado de Medição, anomalias e irregularidades na instalação de um hotel em Belo Horizonte. Após notificado, o estabelecimento pagou multa sobre o seu consumo médio anterior à fraude. A Cemig conseguiu reaver cerca de R$ 500 mil em função da cobrança de consumo retroativo.

“Após a equipe de campo detectar a suspeita de fraude, o medidor é encaminhado ao laboratório e o empreendedor pode acompanhar toda a verificação. Quando se confirma a manipulação, enviamos carta-cobrança, mas muitos casos acabam na Justiça”, afirma Habib.

Outros gatos
Além do caso do hotel, ele afirma que “gatos” foram constatados em outros clientes corporativos, de média tensão, com ligação de 13,8 kilovolts. Entre os fraudadores, estão padarias e uma indústria fabricante de plástico. Para a Cemig, elas são grandes clientes.

Os fraudadores de baixa tensão ainda são maioria e respondem por cerca de 50% das fraudes. Das inspeções realizadas, segundo Habib, a estatal tem acertos em 70% delas.

O risco de morte durante a fraude é real, tanto nos casos de baixa, média ou alta tensão. “A pessoa pode morrer em uma fração de segundos”, diz o engenheiro.

As ligações clandestinas potencializam também as perdas técnicas da Cemig, durante o processo de transporte e transformação da energia, com perdas de cabos, por exemplo. Esse prejuízo chega a R$ 400 milhões por ano.
(Hoje em Dia)

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