Justiça da
Rússia proíbe marchas do
orgulho gay pelos próximos 100 anos
orgulho gay pelos próximos 100 anos
Autor do processo promete
recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos
O Tribunal
Superior de Moscou recusou nesta sexta-feira (17/08) uma apelação e decidiu
manter proibidas pelos próximos 100 anos quaisquer celebrações públicas
organizadas por defensores dos direitos LGBT. A proibição para esse tipo de
evento já existia, mas sua validade se encerrava este ano. Com a decisão, a
ordem judicial se estende, a partir de agora, para o ano de 2112.
Nikolai
Alexeyev, ativista que encabeçou o recurso à instância jurídica máxima da
cidade, anunciou que recorrerá da decisão junto ao Tribunal Europeu de Direitos
Humanos. Em entrevista ao El País, ele alegou que “a decisão não é uma
surpresa”, já que “os tribunais russos raramente se colocam a favor dos
direitos de gays e lésbicas”.
Essa não é a
primeira vez que Alexeyev recorre à justiça europeia para tratar do respeito ao
direito de membros da comunidade LGBT. Entre 2006 e 2008 ele já
conduzia ações judiciais junto ao Tribunal de Moscou pedindo a revogação do
veto a esse tipo de manifestação. A Justiça da Rússia, à época, classificou
marchas e paradas do orgulho gay como casos de desordem pública. O caso acabou
em Estrasburgo, onde Alexeyev alegava uma infração do direito à liberdade de
reunião.
A corte europeia
concordou com seus argumentos em 2010 e concluiu que as autoridades russas
haviam discriminado o ativista por sua orientação sexual. A ordem naquele
momento era de que Moscou indenizasse Alexeyev em 12 mil euros (o equivalente a
30 mil reais) e arcasse com 17.510 euros de custos advocatícios (mais de 43 mil
reais).
Desta vez,
contudo, Alexeyev alega que não quer apenas recorrer ao Tribunal Europeu de
Direitos Humanos para que penalizar a Rússia e ser reparado. "Queremos
garantias de que possamos celebrar o orgulho gay no futuro", resumiu ao El
País.
O ativista havia
solicitado autorização para celebrar 102 manifestações em favor dos direitos de
homossexuais até 2112. De acordo com a emissora britânica BBC, a resposta dos
magistrados foi a mesma de sempre: a maioria dos moradores de Moscou em tese
não se simpatiza com esse tipo de evento, que “só pode produzir desordens
públicas”. Para Alexeyev, esse tipo de declaração só deixa mais claro que, na
realidade, "não há argumentos" que fundamentem a decisão.
(Uol)
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