02 março 2011

Morre artista raul-soarense

Carminha Brandão – De professora a atriz


Faleceu no último dia 22 de fevereiro, em São Paulo, a raul-soarense Maria do Carmo Brandão “Carminha Brandão”, 89 anos.

Vida Artística
A atriz Carminha Brandão fez sua estreia em novelas na extinta TV Rio em 1963 em “A Morta Sem Espelho”, assinada por Nelson Rodrigues. Posteriormente, trabalhou em mais de duas dezenas de novelas das TVs Excelsior, Record, Tupi, Bandeirantes, Globo e SBT. Foi a Leonor de “Anjo Marcado” (1966) – que lhe rendeu um Troféu Imprensa de melhor atriz -, a Henriqueta Terra de “O Tempo e o Vento” (1967), a Mariana de “Sangue do Meu Sangue” (1969), a Helena de “Camomila e Bem-me-Quer” (1972), a Baby de “Mulheres de Areia” (1973) e a Guiomar de “A Viagem” (1975).

Atuou também em “Minha Doce Namorada” (1973), “Os Inocentes” (1974), “Éramos Seis” (1977), “Cavalo Amarelo” (1980), “Maçã do Amor” (1983) e de teleteatros da Tupi e do SBT. A atriz cujo verdadeiro nome era Maria do Carmo Brandão nasceu em 21 de julho de 1921 e chegou a trabalhar como professora antes da fama. Ao se mudar para o Recife, começou a fazer teatro amador. Sua peça de maior sucesso foi ‘A casa de Bernarda Alba’. No Rio de Janeiro, formou-se no Teatro do Tablado e no final dos anos 50, em São Paulo, foi contratada pelo Teatro Brasileiro de Comédia.

Na companhia de Fernanda Montenegro, funda o Teatro dos Sete. No teatro, subiu aos palcos ainda com peças como ‘O baile dos ladrões’ e ‘Tom Paine’.
Pelo desempenho em "A Casa de Bernarda Alba", de García Lorca, Carminha Brandão ganhou elogio atrás de elogio e, de quebra, alguns prêmios. Por isso, a peça feita por ela em Recife teve temporada no Rio.

A atriz ficou conhecida pelo nome artístico Carminha Brandão. Filha de um comerciante de café, ela nasceu em Raul Soares (MG) e estudou em Ponte Nova (MG), onde começou como professora.

Lá, ela já organizava peças. Um dia, a paixão pelos palcos fez a moça ir para Recife para fazer teatro amador.

No Rio, o sucesso foi igual, e ela acabou chamada para trabalhar no Tablado. Foi um passo até se profissionalizar.

Em meados dos anos 50, mudou-se para São Paulo, contratada pelo TBC (Teatro Brasileiro de Comédia). Depois, atuou no Teatro dos Sete, criado por um grupo que tinha Fernanda Montenegro.

Na TV, foi premiada em 1966 por "Anjo Marcado" (Excelsior). Era lembrada pelos papéis em "A Barba Azul" (1974) e "O Profeta" (1977), ambas da Tupi. Passou ainda pela Record e Bandeirantes.
Nos anos 80, gravava no SBT quando teve deslocamento das retinas. Nunca mais atuou, lembra o companheiro, Hilkias de Oliveira, que trabalhou com ela como ator. Delegado de polícia aposentado, ele conta que, em casa, Carminha era a mesma comediante dos palcos e que nunca a viu triste.
Ela adorava García Márquez e sonhava adaptá-lo.

Nos últimos tempos, sofria de Alzheimer. Morreu aos 89, realizada e sem frustrações, conta o companheiro, devido a uma pneumonia. Não teve filhos.


Fotos de Carminha Brandão, ela em cena e de seu marido
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