Cientistas canadenses descobriram um gene que pode
retardar em pelo menos quatro anos o desenvolvimento do mal de Alzheimer,
segundo estudo publicado nesta terça-feira. Uma variante natural de um
gene chamado "HMG CoA reductase", presente em 25% dos americanos e
canadenses, reduz consideravelmente os riscos de sofrer desta doença,
escreveram os cientistas na revista Molecular Psychiatric Journal.
"Constatamos que entre os indivíduos
portadores desta variante genética, os riscos de desenvolver a doença
diminuem 50% nas mulheres e 30% nos homens", disse Judes Poirier,
encarregado deste estudo realizado pelo Instituto Universitário de Saúde
Mental Douglas e pela Universidade McGill de Montreal. Este gene já é
muito conhecido entre os cientistas que trabalham na área cardiovascular,
devido ao seu papel na produção do colesterol.
Segundo Poirier, as estatinas, inibidores químicos
do funcionamento deste gene, causariam o mesmo efeito no mal de Alzheimer
que a variedade natural do gene descoberto pelos cientistas do Instituto
Douglas. "Se tivéssemos um medicamento que nos permitisse atrasar em
cinco minutos o aparecimento da doença, poderíamos reduzir à metade o
número de casos de Alzheimer em uma geração", avaliou Poirier.
O mal de Alzheimer é a forma mais comum de demência
entre pessoas idosas. Com 40 milhões de afetados no mundo, a doença
representa um desafio em escala planetária para os sistemas de saúde e para a
pesquisa, que ainda não desenvolveu um remédio para a doença.
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