inédita no país para o lixo
O lixo fica empacotado durante três anos, até virar adubo orgânico e sem eliminação de chorume |
Após quase 30 anos usando um espaço inadequado às
margens do rio Verde como lixão a céu aberto, São Lourenço, no Sul de Minas,
assinou um convênio com a Fundação Nacional de Saneamento (Funasa) e vai
receber R$ 12,5 milhões para a construção de uma usina de compostagem que usa
uma técnica pioneira no Brasil.
O chamado embolsamento do lixo, uma técnica
argentina, é um sistema de empacotamento do lixo orgânico moído e prensado em
bolsões plásticos que não permitem o vazamento do temido chorume. As bolsas
ficam enterradas durante três anos e, depois, o material pode ser usado como
adubo orgânico para mudas de árvores em reflorestamento.
A usina receberá o lixo de São Lourenço e oito
municípios vizinhos, e deverá servir como um teste e modelo para outros
municípios às voltas com o problema da destinação de resíduos. São Lourenço não
tem espaço em toda a área do município para a construção de um aterro sanitário
dentro das exigências das leis ambientais.
O município é pequeno e tem nascentes e rios em
vários pontos. E a usina usa uma tecnologia criada justamente para resolver
problemas de cidades na mesma situação e que arrastam o problema de seus lixões
por décadas.
Fim de um pesadelo
A assinatura do convênio, em Brasília, promete dar
fim ao pesadelo da contaminação de um dos rios mais importantes para o Sul de
Minas, o Verde, que nasce na Serra da Mantiqueira e desce pelo Circuito das
Águas, abastecendo mais de 20 municípios até desaguar no Lago de Furnas.
Em São Lourenço, há mais de duas décadas o aterro
sanitário está instalado às margens do rio Verde e transformou-se, aos poucos,
em um problema de saúde pública.
“O município é uma verdadeira caixa d’água”, define
o presidente do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Socioeconômico e
Socioambiental dos Municípios da Microrregião de São Lourenço (Cidesea), Maurice
Chavalier.
“A usina a ser instalada deverá resolver o problema
dos lixões de oito municípios que integram o consórcio, aliviando não somente o
rio Verde, mas outros córregos e rios de menor porte da carga de dejetos e
chorume”, informou Chavalier.
O convênio é resultado da mobilização de anos de
trabalho e empenho do consórcio, formado pelos municípios de São Lourenço,
Soledade, Carmo de Minas, Dom Viçoso, Itanhandu, Itamonte, Cristina e Olímpio
Noronha.
A Prefeitura de São Lourenço doará o terreno em frente
ao aterro sanitário, já desapropriado, para a instalação da usina.
A previsão é a de que o novo sistema de
armazenamento de resíduos esteja funcionando no início de 2014.
O atual aterro será desativado e a área recuperada
com plantio de árvores e sustentação do talude e cercado.
(Portal
HD)
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