difícil para alunos de escola particular
Surpreendidos pelo fim do vestibular da Federal,
que aderiu ao Sisu, candidatos de escolas particulares são pressionados também
pelo maior espaço destinado apenas à rede pública
Não é só a concorrência nacional que está deixando
muito candidato a um curso na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com
dor de cabeça. Além da adesão ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que
promete aumentar, e muito, a disputa, o funil ficará ainda mais estreito com a
redução das vagas da ampla concorrência. Este ano, a maior universidade do
estado vai destinar um quarto de suas vagas para estudantes de escolas
públicas, o dobro do percentual do último vestibular. E não adianta correr para
as outras federais. Em todo o estado, o número de vagas reservadas será pelo
menos 26% maior nos câmpus do interior. Isso significa cerca de 2 mil lugares a
menos para quem é da rede particular de ensino.
Para Wille Muriel, diretor-executivo da Carta Consulta, empresa de consultoria em educação, só resta uma alternativa para quem vai encarar o desafio: “Estudar e estudar o tempo inteiro”. E o conselho vale para quem está nos dois lados. “A reserva dificulta, aumenta a concorrência e, por isso, o desempenho deve ser maior, mesmo para os cotistas, que disputam também em nível nacional. Queremos também os melhores alunos das escolas públicas”, ressalta.
Para Wille Muriel, diretor-executivo da Carta Consulta, empresa de consultoria em educação, só resta uma alternativa para quem vai encarar o desafio: “Estudar e estudar o tempo inteiro”. E o conselho vale para quem está nos dois lados. “A reserva dificulta, aumenta a concorrência e, por isso, o desempenho deve ser maior, mesmo para os cotistas, que disputam também em nível nacional. Queremos também os melhores alunos das escolas públicas”, ressalta.
Jorge Luiz Cascardo, diretor pedagógico da
Educação, Inovação e Tecnologia (EIT) Consultoria, reforça: “Se aumentam as
cotas, diminuem as vagas da ampla concorrência e este ano a reserva vai começar
a interferir mais e a dificultar a vida dos estudantes que não encaixam na
lei”. Se a ação afirmativa não fez muita diferença no vestibular do ano
passado, quando a reserva obrigatória era de pelo menos 12,5% das vagas, agora
a situação muda. O percentual mínimo para reserva a partir deste ano passa para
25%, mas algumas instituições já vão adotar o total de 50%.
À medida que o percentual da reserva de vagas aumentar, complica ainda mais para a livre concorrência, segundo Cascardo. Ele identifica ainda um outro problema: o número de vagas em cada curso não aumentou tanto nos últimos anos. “A quantidade de vagas oferecidas na medicina da UFMG é até hoje a mesma que na década de 70, por exemplo.” Apesar do fim da segunda etapa na Federal, o especialista aconselho os alunos a não abandonar o hábito de estudar questões abertas. “Elas ajudam o aluno a ter uma boa leitura, boa interpretação. O Enem não quer que o estudante tenha treinamento, mas que saiba resolver o problema. Isso exige compreensão”, disse.
Segunda fase
De acordo com Cascardo, antes mesmo de aderir ao Enem, a UFMG analisou que o número de candidatos que conseguia reverter uma nota na segunda etapa a ponto de conseguir a vaga era muito pequeno, ou seja, os alunos que entravam na universidade tinham alcançado uma pontuação muito boa já na primeira etapa. Agora, ela será fundamental. “O aluno tem que se preparar para fazer um bom Enem. O que muda é a distribuição, por causa do Sisu”, afirmou.
Mas, para o diretor do Colégio Arnaldo, Geraldo Júnio dos Santos, o cenário não é tão preocupante. “O estudante de escola privada deverá ir para a pública para conseguir entrar na UFMG? Não, pois a tendência é de universalização do ensino superior. A cota vem garantir a permanência dos alunos de escola pública, mas não vai tirar o lugar de quem é da particular”, afirma. Ele destaca ainda que há um nicho de estudantes da rede privada que não opta pelas universidades federais. “A reflexão hoje do ensino superior passa pela qualidade. Quem tem poder aquisitivo quer um diferencial, quer pagar e ter aula, laboratórios e não ter problemas de greves longas”, diz.
Para Santos, não ficou mais difícil passar na Federal de Minas, apesar de a disputa envolver o país inteiro. “Alguém tem que entrar e não podemos desprezar nossos alunos, achando que não têm capacidade de ficar tão bem classificados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) quanto os estudantes de outros lugares. Todos os estados têm seus ouros e mazelas. É hora de o candidato se valorizar, continuar seu roteiro de estudo e deixar de lado as ações que eram específicas da segunda etapa”, conclui.
COMO FICA A RESERVA de vagas
Universidade 2013 2014
Universidade Federal de Minas Gerais 12,5% 25%
Universidade Federal de Ouro Preto 30% 30%
Universidade Federal de Viçosa 20% 25% *
Universidade Federal de Lavras 12,5% 25% *
Universidade Federal de Alfenas 12,5% 25% *
Universidade Federal de Juiz de Fora 50% 50%
Universidade Federal de Itajubá 12,5% 25%
Universidade Federal de Uberlândia 25% 25%
Universidade Federal de São João del-Rei 50% 50%
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri 50% 50%
Universidade Federal do Triângulo Mineiro 12,5% 50%
* Será analisada a possibilidade de superar os 25%
À medida que o percentual da reserva de vagas aumentar, complica ainda mais para a livre concorrência, segundo Cascardo. Ele identifica ainda um outro problema: o número de vagas em cada curso não aumentou tanto nos últimos anos. “A quantidade de vagas oferecidas na medicina da UFMG é até hoje a mesma que na década de 70, por exemplo.” Apesar do fim da segunda etapa na Federal, o especialista aconselho os alunos a não abandonar o hábito de estudar questões abertas. “Elas ajudam o aluno a ter uma boa leitura, boa interpretação. O Enem não quer que o estudante tenha treinamento, mas que saiba resolver o problema. Isso exige compreensão”, disse.
Segunda fase
De acordo com Cascardo, antes mesmo de aderir ao Enem, a UFMG analisou que o número de candidatos que conseguia reverter uma nota na segunda etapa a ponto de conseguir a vaga era muito pequeno, ou seja, os alunos que entravam na universidade tinham alcançado uma pontuação muito boa já na primeira etapa. Agora, ela será fundamental. “O aluno tem que se preparar para fazer um bom Enem. O que muda é a distribuição, por causa do Sisu”, afirmou.
Mas, para o diretor do Colégio Arnaldo, Geraldo Júnio dos Santos, o cenário não é tão preocupante. “O estudante de escola privada deverá ir para a pública para conseguir entrar na UFMG? Não, pois a tendência é de universalização do ensino superior. A cota vem garantir a permanência dos alunos de escola pública, mas não vai tirar o lugar de quem é da particular”, afirma. Ele destaca ainda que há um nicho de estudantes da rede privada que não opta pelas universidades federais. “A reflexão hoje do ensino superior passa pela qualidade. Quem tem poder aquisitivo quer um diferencial, quer pagar e ter aula, laboratórios e não ter problemas de greves longas”, diz.
Para Santos, não ficou mais difícil passar na Federal de Minas, apesar de a disputa envolver o país inteiro. “Alguém tem que entrar e não podemos desprezar nossos alunos, achando que não têm capacidade de ficar tão bem classificados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) quanto os estudantes de outros lugares. Todos os estados têm seus ouros e mazelas. É hora de o candidato se valorizar, continuar seu roteiro de estudo e deixar de lado as ações que eram específicas da segunda etapa”, conclui.
COMO FICA A RESERVA de vagas
Universidade 2013 2014
Universidade Federal de Minas Gerais 12,5% 25%
Universidade Federal de Ouro Preto 30% 30%
Universidade Federal de Viçosa 20% 25% *
Universidade Federal de Lavras 12,5% 25% *
Universidade Federal de Alfenas 12,5% 25% *
Universidade Federal de Juiz de Fora 50% 50%
Universidade Federal de Itajubá 12,5% 25%
Universidade Federal de Uberlândia 25% 25%
Universidade Federal de São João del-Rei 50% 50%
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri 50% 50%
Universidade Federal do Triângulo Mineiro 12,5% 50%
* Será analisada a possibilidade de superar os 25%
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