Caso
de raiva humana, no
município de Rio Casca
No
dia 19 de junho de 2012 a
Diretoria de Vigilância Ambiental da Superintendência de Vigilância Epidemiológica,
Ambiental e Saúde do Trabalhador, SES/MG, foi notificada através da Superintendência
Regional de Saúde de Ponte Nova da suspeita de um caso de raiva humana procedente
da zona rural do município de Rio Casca/MG.
Trata-se
de um homem, J.M.S., 32 anos, produtor rural, com relato de agressão por
morcego e início dos sintomas em 10 de junho de 2012. A agressão ocorreu
cerca de 49 dias antes, e o paciente não procurou atendimento na ocasião, o
fazendo somente quando do aparecimento dos sintomas e em decorrência de um
corte na mão, que levantou a suspeita inicial de tétano.
Com
o agravamento dos sintomas, o paciente procurou novo atendimento no Hospital
Arnaldo Gavazza, em
Ponte Nova. Na ocasião a esposa relatou a agressão por
morcego, sendo realizada nesse momento a notificação da suspeita de raiva
humana em 19 de junho de 2012.
Nesse
mesmo dia o paciente foi transferido para o Hospital Eduardo de Menezes em Belo Horizonte/MG,
onde passou por tratamento na unidade de terapia intensiva. Na noite do dia 28
de junho de 2012 o paciente evoluiu para óbito.
Amostras
do paciente foram encaminhadas pela FUNED/MG para o Instituto Pasteur/SP, que é
o laboratório de referência nacional, e no dia 22 de junho de 2012, as amostras
de líquor e saliva foram positivas para raiva, sendo identificada a variante
compatível com isolados de vírus de morcego hematófago.
Medidas tomadas
A
partir da notificação, em 19 de junho de 2012, a SRS Ponte Nova
iniciou a investigação no município de Rio Casca, com visita ao local de
exposição para levantamento de informações, busca ativa de contatos e repasse
de orientações específicas aos profissionais de saúde.
Realizou-se
bloqueio de foco com vacinação casa a casa de cães e gatos num raio de 12Km.
Também
foi realizada a sorovacinação dos contatos íntimos e programação para a
intensificação de capacitações dos profissionais de saúde sobre a indicação adequada
dos esquemas de profilaxia e vigilância da doença.
Definiu-se
também a antecipação da campanha de vacinação animal no município e estão sendo
desenvolvidas ações educativas e de mobilização social. Somado a isso foi
realizada a interlocução com a Secretaria de Agricultura que está atuando na
região para identificação, manejo e controle de abrigos de morcegos
hematófagos, além da orientação dos produtores rurais.
Desde
o momento da notificação, a Diretoria de Vigilância Ambiental da SES/MG atuou
na orientação da Regional de Saúde e município, e coordenou o processo de
articulação dos órgãos envolvidos.
No
período de 27 a
29 de junho de 2012 técnicos desta Diretoria encontram-se no município,
realizando ações de mobilização social e educação em saúde, além de
esclarecimento dos profissionais de saúde. Também estão sendo realizadas
reuniões com a Secretaria Municipal de Saúde, IMA e com produtores rurais.
A doença
A
raiva é uma zoonose viral transmitida por mamíferos, com taxa de letalidade
próxima a 100% e de alto custo na assistência às pessoas expostas ao risco de
adoecer e morrer. Em
Minas Gerais, casos isolados da doença em humanos têm
ocorrido de forma ocasional. Os dois últimos casos foram registrados no ano de
2005, no município de Grão Mogol, transmitido por morcego e, no ano de 2006, no
município de Prados, transmitido por herbívoro.
Entre
as principais medidas que tem mantido a baixa incidência da raiva humana no
estado de Minas Gerais, está a Campanha de Vacinação Antirrábica Animal, que
tem controlado a doença transmitida por cães e gatos, através da aplicação
anual de vacinas distribuídas pelo Ministério da Saúde. Para o ano de 2012 está
prevista a vacinação de 2.343.716 animais.
No
entanto, considerando que a raiva pode ser transmitada por outros mamíferos,
como morcegos e herbívoros, é fundamental a intensa vigilância, controle e
profilaxia desencadeadas por instituições dos governos municipal, estadual e
federal. No âmbito da saúde, as atividades são desenvolvidas através do
Programa de Profilaxia e Controle da Raiva.
Somado
a isso, a participação da população é fundamental, através da adesão às
campanhas de vacinação antirrábica animal e à procura de atendimento médico em
caso de acidente/agressão. O tratamento profilático está disponível nas
unidades de saúde de todo o Estado, e é realizado após a avaliação médica,
sendo o esquema preconizado de acordo com a gravidade da agressão.
No
período de 2007 a
2011, foram realizados cerca de 280.646 mil tratamentos em todo estado de Minas
Gerais, o que colaborou na ausência de registro de casos de raiva humana
durante todo esse período.
A
ocorrência de casos isolados de raiva humana, como o registrado no município de
Rio Casca, mostra que ainda há o risco do aparecimento de novos casos no estado
de Minas Gerais e que somente através das ações desenvolvidas em conjunto pelo
poder público e pela população será possível a proteção efetiva da saúde, no
que se refere a essa relevante e grave doença.
Casos
confirmados de raiva humana, no estado de Minas Gerais
Ano Casos
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2003 1
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2004 1
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2005 1
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2006 1
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2007 0
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2008 0
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2009 0
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2010 0
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2011 0
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2012 1
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Total 5
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Fonte: DVA/SVEAST/SES/MG
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