09 março 2012

Nascimento de filhotes de cascavel
surpreende pesquisadores em BH

Casal de cobras de mais de 30 anos teve três filhotes que podem pertencer a uma terceira subespécie. Funed fará enquete para escolher nomes

Pesquisadores da Funed não perceberam
que o casal de cobras tinha se acasalado

O nascimento de três filhotes de cascavel surpreendeu pesquisadores da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. Duas cobras com idade avançada, de aproximadamente 30 anos, tiveram uma fêmea e dois machos em um ambiente controlado. A procriação acontece quase um mês depois da reprodução em cativeiro da espécie Pantherophis guttatus, popularmente conhecida como Cobra do Milho.

Os filhotes são fruto do acasalamento de duas subespécies da cascavel Durissus, a fêmea Collilineatus e o macho Cascavella. Segundo o Chefe do Serviço de Animais Peçonhentos da Funed, Rômulo Righi de Toledo, apesar de os anfíbios se reproduzirem por toda a vida, o casal de cascavéis já têm idade avançada e vivem há mais de 20 anos em cativeiro. "A expectativa de vida das cascavéis é de cerca de 20 anos e pelos nossos cálculos eles já têm aproximadamente 30 anos. Por isso, ficamos tão surpresos".

A surpresa dos técnicos foi ainda maior porque a gestação de seis meses não foi percebida. Como o casal de cascavéis vive junto desde que chegaram à fundação, ninguém percebeu que eles haviam se acasalado. "A gente não viu o acasalamento e também não percebemos a gravidez. Ficamos muito surpresos quando, ao chegar do Carnaval, encontramos três filhotes muito bem formados e saudáveis", explicou Rômulo Righi de Toledo.

Filhotes nasceram com cores e um padrão de
desenho bem diferentes (Foto: Gleisson Mateus)
Segundo ele, o desenho formado pelas escamas das cobras é uma característica genética das serpentes e, no caso da cascavel, é muito específico em todo o corpo, sempre em tons amarronzados, alguns mais claros e outros mais escuros. “Os filhotes nasceram com cores e um padrão de desenho bem diferentes, com tons amarelados e com losangos apenas nas laterais”. Ainda de acordo com ele, a novidade deve ter ocorrido pelo fato de ser um acasalamento de duas subespécies diferentes e já em idade avançada. “Esses novos filhotes é como se fossem uma terceira subespécie, com desenhos da Collilineatus e da Cascavella em um único corpo”, explica.

Apesar de não servirem à produção de soro antiofídico, os filhotes servirão ao programa de educação ambiental da Funed. "Esta não é a cascavel que a gente tira veneno para a produção de soro, porque apenas a subespécie Terrificus neutraliza o veneno de várias outras subespécies. Mas, assim que chegarem à idade adulta vão para a exposição permanente da Funed", completa.

Enquete para escolha do nome
Para escolher o nome dos novos filhotes, a equipe do Serviço de Animais Peçonhentos da Funed lançou uma enquete. Para a fêmea as opções são: Ofélia (que significa serpente), Medusa (do grego, feiticeira) e Dora (que significa presente).

Na lista de nomes para os machos estão Aimoré (que do tupi-guarani significa aquele que morde), Caiuá (aquele que mora no mato) e Palani (nome de origem havaiana que significa selagem). “Ouvimos algumas sugestões, pesquisamos os significados, também consideramos a sonoridade dos nomes e agora queremos a opinião do público”, disse o chefe do Serviço, Rômulo Righi Toledo.

A votação está disponível na página da Funed (www.funed.mg.gov.br) a partir desta terça-feira (6). Até o dia 9, os internautas poderão votar no nome preferido da fêmea. Na semana seguinte, de 12 a 15 de março, será a vez de escolher o nome dos machos. E no dia 16, a Funed vai confirmar os nomes mais votados.
(Hoje em Dia)

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