Pedro comemora desempenho na disputa, na primeira vez em que participou da etapa internacional |
Régua, massa de modelar e barbante. Mais prosaico,
impossível. Mas foi exatamente com esses materiais, muito empenho e alguma
queima de fosfato que estudantes brasileiros faturaram a medalha de prata na
prova de equipe da 8ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica.
Premiação inédita para o país.
Aos 18 anos, Pedro Guimarães Martins voltou da
Romênia para casa, em Belo Horizonte, com o distintivo e uma menção honrosa
pelo desempenho individual na competição. Foi a primeira vez que participou da
disputa no exterior.
Para quem acha que prata é pouco, segue o aviso:
antes de pisar em terras estrangeiras, os estudantes precisam ter excelentes
notas na olimpíada nacional e ainda desbancar mil candidatos tão feras quanto
eles em seletivas on-line. Os cem mais bem classificados fazem outra prova, e,
desses, cinco seguem para a fase latino-americana. Outros cinco, para a
internacional.
Só a nata
Filho de um bancário e uma professora, Pedro
integra o seletíssimo time que voou para a Europa Oriental. Lá, ele, o
piauiense Felipe Vieira Coimbra e os paulistas Allan dos Santos Costa, Daniel
Mitsutani e Daniel Charles Heringer Gomes tiveram 90 minutos para calcular,
somente com os materiais do início desta reportagem, a trajetória de dois
mísseis que deveriam destruir um asteroide imaginário em rota de colisão com a
Terra.
O desafio de dinâmica orbital foi encarado por mais
203 estudantes de 38 países, além do Brasil. Canadá ficou com o ouro e a
Lituânia, com o bronze.
“Foi uma prova diferente, mas que abordava assuntos clássicos. O tempo curto exigiu trabalho de equipe mesmo, com uns cuidando da parte teórica e os demais, do desenho geométrico”, diz Pedro. O time brasileiro tinha como líderes os astrônomos Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos, e Eugênio Reis, do Museu de Astronomia e Ciências Afins.
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