01 setembro 2009

Minas tem 10 das 25
melhores universidades do país

Dez das 25 universidades mais bem conceituadas do Brasil estão em Minas Gerais. São Paulo e Rio de Janeiro, com quatro cada um, vêm a seguir. O novo ranking, divulgado segunda-feira pelo Ministério da Educação (MEC), leva em conta o Índice Geral de Cursos (IGC), criado em 2007 para avaliar numa única nota a graduação, o mestrado e o doutorado oferecidos nas salas de aula. O indicador atribui uma pontuação de 0 a 500 a cada instituição de ensino – quanto mais alta, melhor é o desempenho. O resultado é importante porque informa ao aluno como está o estabelecimento em que estuda e ajuda a sociedade a selecionar as empresas que insistem em não se aperfeiçoar ao mercado educacional.


A planilha também reforça a diferença entre o ensino público e o privado, pois, do seleto grupo de 25 universidades, 20 são federais, três estaduais e apenas duas particulares. Em Minas, as 10 melhores são da União. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ocupa a primeira posição no estado e a terceira no país. Ficou com pontuação 410, atrás apenas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (415). “Temos que trabalhar para chegarmos ao primeiro lugar (geral)”, comemorou o reitor da UFMG, Ronaldo Tadêu Penna, que atribui o sucesso aos alunos, mas, sobretudo, aos professores.

“Costumo dizer que a instituição demanda 25 horas de dedicação. Os profissionais comprometidos com a faculdade são um dos principais responsáveis pelo resultado. Com isso, os estudantes também criam grande motivação para se envolver com os trabalhos da universidade. Estou satisfeito com o reconhecimento da qualidade”, acrescentou. O destaque da UFMG agradou a Camila da Cunha Leite, de 19 anos, estudante do 3º período de arquitetura. Ela avalia que está sendo bem preparada para o mercado de trabalho, pois, desde o início, teve oportunidade de fazer estágios e recebe acompanhamento próximo dos mestres. “Eles têm compromisso com os alunos.”

Mas a grande novidade no ranking de excelência é a Universidade Federal de Lavras (Ufla), na Zona da Mata, que, no ano passado, comemorou seu primeiro centenário. A instituição aparece pela primeira vez no seleto grupo: é a quarta do ranking de excelência, com nota 405. A Ufla desbancou a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (401) e a tradicional Universidade Federal de Viçosa (UFV), também na Zona da Mata, cujos pontos somaram 398. “Temos uma infraestrutura muito boa, tanto nos cursos de graduação quanto nos de pós. E, em relação aos docentes, mais de 95% são mestres e doutores. É uma alta qualificação”, diz João Chrysostomo de Resende Júnior, pró-reitor de Graduação da Ufla.

Já a Universidade de Uberaba (Uniube), no Triângulo Mineiro; a Universidade do Vale do Rio Doce (Univale), de Governador Valadares; e a Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac), que tem vários câmpus no estado e cuja sede é em Barbacena, ficaram com nota 203, a pontuação mais baixa entre as mineiras. A reitora da Univale, Ana Angélica Coelho, explica que a criação do indicador não leva em conta apenas o conhecimento acadêmico dos alunos. Há questões, segundo ela, que dizem respeito à infraestrutura da entidade e que foge ao conhecimento do estudante. Lembra que o MEC faz pergunta do tipo “você conhece os programas de iniciação científica de sua instituição?”. “Nosso programa de iniciação é riquíssimo e, às vezes, o aluno não o conhece. Uma simples resposta de ‘não conheço ou não sei’ interfere no resultado.”

A Unipac, em nota, informa que “as universidades mineiras, até então vinculadas ao Conselho Estadual de Ensino, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), migraram para o Sistema Federal de Ensino. A Unipac já está tomando as providências necessárias para adequação às exigências do MEC. Diante da nova realidade, a Fundação Presidente Antônio Carlos (Fupac), mantenedora da Unipac e da Rede de Faculdades Isoladas, protocolou no MEC os seus câmpus e demais faculdades. Com relação ao IGC, o mesmo considerou os câmpus pertencentes à Unipac e demais faculdades isoladas, permitindo que se obtivesse um resultado diferente da realidade. As faculdades isoladas devem ser avaliadas individualmente. Sendo assim, a Unipac reafirma seu compromisso com a qualidade do ensino ministrado em seus câmpus e com o fiel cumprimento das exigências educacionais estabelecidas pelo MEC”.


Outras tabelas
O IGC permitiu ao MEC a elaboração de outras duas tabelas. Uma leva em conta os centros universitários. A segunda recebeu a rubrica de “outros”, pois aborda institutos, faculdades isoladas e integradas, escolas de nível superior etc. Nesse caso, a Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape), do Rio, ficou com a maior nota das três tabelas: 469. Mas ela só teve um curso avaliado. Para se ter ideia, a UFMG, com nota 410, teve 42 cursos avaliados. O MEC também divulgou a nota por faixas e, nesse caso, a situação geral das quase 2 mil instituições analisadas não é positiva, pois apenas 1% delas obtiveram a pontuação máxima, que oscila de um a cinco.

Metodologia
Para cálculos do IGC, o MEC usa a média dos conceitos preliminares de cursos (CPC) da instituição, que tem como base o desempenho dos estudantes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o conhecimento obtido no curso pelo aluno e variáveis de insumo, como o corpo docente, infraestrutura e organização didático-pedagógica. Para a pós-graduação, o IGC leva em conta critérios estabelecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

(Fonte: Flávia Ayer/ Paulo Henrique Lobato - Estado de Minas)

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