Aconteceu
na Câmara Municipal de Raul Soares, na manhã do último dia 23 deste mês de
novembro, uma reunião extraordinária dos vereadores para aprovação do orçamento
do município para o ano de 2013 quando se empossará o prefeito eleito Célio Nesce.
Uma
reunião atípica e inusitada em vários pontos ou detalhes desse evento de
cidadania e de importância para os raul-soarenses.
É
que estava em jogo a aprovação orçamentária na ordem de 34 milhões (visto por
muitos, como orçamento acanhado em termos de valor) e com autorização ao futuro
prefeito de abertura de créditos suplementares até o limite de 60%.
O
projeto de lei com esse percentual foi enviado à Câmara em setembro, antes das
eleições. Uma prática de longo tempo, durante os últimos mandatos de prefeitos
anteriores, incluindo aí os oito anos do prefeito Vicente Barboza que sempre
teve o percentual de sessenta por cento aprovado.
Passadas
as eleições e consumada a derrota do grupo liderado pelo atual prefeito, o
projeto foi à votação com a mudança desse limite para 20%, caracterizando manobra
política para tentar dificultar a governabilidade do novo prefeito, com aval do
vereador Rui do Jipe, presidente da Câmara.
A
vereadora Fernanda Crystine se ausentou dessa importante reunião.
O
recinto do legislativo raul-soarense esteve repleto como poucas vezes visto e
presenciou manifestação de populares na tentativa de que fosse aceito pelos
vereadores o limite de 60% ou até mesmo 50% como contraproposta apresentada
pelo grupo de apoio ao vereador Célio Nesce.
O
público se exaltou, o presidente da Câmara sem argumentos plausíveis e sem
convincente explicação de mudança do percentual, chamou a Polícia para acalmar
os ânimos de populares que agiam com ordem e ao rigor do permitido pela lei
maior.
Na
votação plenária o vereador Joaquim Fragoso absteve-se do voto, votaram a favor
de 20% os vereadores Quinca Donana, Claudinho e Toiota e votaram contra os
vereadores Célio Nesce, Ramiro Grossi e Eimard, resultando empate em 3 x 3.
O
vereador presidente Rui do Jipe desempatou favoravelmente ao limite de vinte
por cento.
A
plateia presente ficou indignada, não poupou tempo e manifestou revolta por
meio de gritaria e muitas vaias e, principalmente, repudiou os cinco vereadores
que não aceitaram o percentual de 60%, nem mesmo cinquenta.
A
triste ocorrência, atípica e inusitada, oferecida pela Câmara Municipal
constitui-se em abandono e falta de compromisso, desespero e revolta.
E
uma lamentável cena quando Joaquim Fragoso desceu as escadas do prédio sob
vaias e xingamentos de covarde, ele no exercício do décimo segundo mandato de
vereador (número recorde no Brasil).
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