28 novembro 2012

Prefeito Vicente Barboza corta
custeio de serviços essenciais 

É comum que em fim de mandato os prefeitos demonstrem preocupação, ansiedade e até pânico ao deparar, no período pós-eleitoral, com dificuldade para fechamento financeiro do ano.

Essa dificuldade gera desconforto e os prefeitos acabam por suspender funcionamento de setores imprescindíveis, cortam transportes, paralisam setores essenciais como postos de saúde e serviço de ambulância, entre outros, pensando unicamente em reduzir as despesas.

O que primeiro vem à cabeça da população é de que se trata de perseguição política, mágoa e até vingança, especialmente quando se trata de derrota nas urnas.
Mas, essa prática está sendo feita até por prefeito que foi reeleito ou que fez seu sucessor.

A explicação para essa medida drástica de determinados prefeitos é explicada na Lei Complementar 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal/LRF – que exige dos gestores públicos seriedade e responsabilidade junto às finanças municipais e, principalmente, que não podem gastar mais do que arrecadam.
E no final do mandato (no 4º ano) a lei proíbe realizar operações de crédito e aumentar despesas com pessoal.

O artigo 42 da lei explicita: “Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.”

Em linhas gerais, quer dizer que o prefeito não pode fazer despesa que não possa ser liquidada até o final do ano; se deixar débito para o ano seguinte tem que deixar dinheiro em caixa para pagamento.

Assim, os prefeitos cortam as despesas visando ‘zerar’ as dívidas no dia 31 de dezembro, e livrarem-se de pagamento de multas, inelegibilidade e até do xadrez.

É a explicação que encontramos para o corte de despesas das prefeituras causando desconforto e prejuízos à população.

Em Raul Soares
O prefeito Vicente Barboza primeiramente suspendeu o pagamento do Pronto Socorro do Hospital que ficou paralisado, mas o serviço foi restabelecido após negociação mantida com a direção daquela unidade de saúde e Ministério Público.

Os postos de saúde e psf’s passaram a ter atendimento precário, com cortes de medicamentos e transporte, além de redução no abastecimento de outros setores de importância para a comunidade.

O prefeito, também, cancelou com a Polícia Civil e Polícia Militar o convênio de abastecimento de combustível, prejudicando o andamento desses setores nos deslocamentos, diligências, vigilância e a segurança geral da comunidade.

O corte aconteceu após as eleições de outubro, exatamente quando o jornal Estado de Minas publicou reportagem denunciando prefeitos derrotados nas eleições que cortaram serviços públicos essenciais em suas cidades.

Por outro lado, muitos entendem que a necessidade de se fechar as contas financeiras levou o prefeito Vicente Barboza a essa medida.
Mas, só não se entende porque ele continua mantendo na prefeitura os cargos de confiança, de livre nomeação e exoneração, os quais somam uma considerável quantia, acredita-se uma soma bem maior do que o abastecimento da frota policial.

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