quimioterapia permitem cura de até 80%
Reynaldo Gianecchini no grupo
de assistência a criança com câncer
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No Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil,
lembrado na sexta-feira (24), a onco-hematologista e diretora técnica do
Hospital da Criança de Brasília, Isis Magalhães, lembrou que a doença em
crianças é diferente da diagnosticada em adultos. Nas crianças, as células
malignas são geralmente mais agressivas e crescem de forma rápida. Os tumores
dificilmente são localizados e o tratamento não pode ser feito com cirurgia,
destacou a especialistas, em entrevista à Agência Brasil.
Outra peculiaridade do câncer infantil é que não há
forma de prevenção, uma vez que não é possível explicar a razão do surgimento
dos tumores. Isis alertou que os sinais da doença podem ser facilmente
confundidos com os de quadros bastante comuns em crianças, como infecções.
Alguns exemplos são o aparecimento de manchas roxas na pele e anemia. Os
sintomas, entretanto, devem se manifestar por um período superior a duas
semanas para causar algum tipo de alerta.
"É preciso saber identificar quando aquilo
está passando do limite e quando é normal. Afinal, qual criança não tem uma
mancha roxa na canela de vez em quando? Dependendo da situação, a lista de
sinais causa mais desespero nos pais do que ajuda", explicou. A
orientação, segundo ela, é levar as crianças periodicamente ao pediatra.
Isis também defende que os próprios oncologistas
pediátricos orientem profissionais de saúde da rede básica sobre os sinais de
alerta do câncer infantil. A ideia é que o pediatra geral e o agente de saúde,
por exemplo, sejam capazes de ampliar seu próprio grau de suspeita, prescrever
exames mais detalhados e, se necessário, encaminhar a criança ao
especialista.
"A doença não dá tempo para esperar. É preciso
seguir o protocolo à risca, porque essa é a chance da criança. O primeiro
tratamento tem que ser o correto", disse. Isis destacou também a
importância de centros especializados de câncer infantil, já que a doença
precisa ser combatida por equipes multidisplinares, compostas por oncologistas,
pediatras, neurologistas, cardiologistas, infectologistas e mesmo psicólogos,
odontólogos e fisioterapeutas, além do assistente social.
Luziana Alves de Carvalho, de 29 anos, conhece bem
essa rotina de especialistas e exames oncológicos. O filho Madson foi
diagnosticado com leucemia pela primeira vez quando tinha apenas 3 anos.
Enfrentou sessões de quimioterapia, ficou livre da doença, mas, aos 7 anos, ela
voltou. Durante os quatro anos de luta contra o câncer, o menino só conseguiu
frequentar o primeiro ano da pré-escola.
Antes de iniciar o tratamento na capital federal, a
família morava no município de Santa Maria da Vitória (BA). "Nunca tinha
ouvido falar em leucemia. Nem sabia muito bem o que era o câncer. No interior,
não temos essas coisas. Os médicos diziam que ele tinha uma infecção na
garganta ou uma virose", contou Luziana. Os sintomas iniciais apresentados
pelo menino eram manchas roxas no corpo, dor de estômago e muito cansaço.
Atualmente, Madson está bem de saúde. A próxima
sessão de quimioterapia está prevista para o dia 4 de dezembro e a última deve
se ser em janeiro de 2013. Os planos de Luziana para o Ano-Novo da família
incluem voltar para a Bahia com o filho curado e matricular o menino na escola.
"Ele sente muita falta de casa e chora pedindo para assistir à aula. Se
Deus quiser, vai dar certo."
(Folhapress)
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