Faltam alunos para
cursos técnicos em Minas
Estão abertas em Minas 113,9 mil vagas para formação profissional, mas o pleno emprego derruba a procura
Estão abertas em Minas nada menos que 113,9 mil vagas para cursos de qualificação profissional, boa parte delas com emprego garantido ao final do treinamento, mas faltam trabalhadores para ocupá-las. Há casos de cursos com 89% de ociosidade.
A qualificação é a principal aposta do governo e das empresas para a redução do déficit de técnicos e profissionais qualificados no Estado, que somente nos postos do Sistema Nacional de Empregos (Sine) somam 16 mil.
Existem atualmente cursos para todos os setores da economia, sendo boa parte deles gratuita, e alguns, como os do Senai, oferecem ajuda de custo aos alunos. Porém, mesmo com as facilidades oferecidas, muitas turmas nem sequer são abertas por falta de adesão.
Segundo o secretário de estado de emprego e trabalho, Carlos Pimenta, a maior dificuldade do mercado atualmente é a de encontrar profissionais qualificados. Para ele, a falta de interesse pelos cursos pode ser explicada pela facilidade de se conseguir um emprego. Segundo ele, com o mercado demandando fortemente trabalhadores, as empresas acabam ficando menos exigentes na hora da contratação.
Somente o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) está com 98.183 vagas abertas em todo o estado para cursos neste ano, para formação de técnicos industriais. No comércio, estão abertas 220.720 vagas para cursos profissionalizantes, que vão desde técnicas de vendas e montagem de vitrines até a formação de gerentes. Esses cursos são ministrados pela Faculdade de Tecnologia do Comércio (Fatec), da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Segundo o gerente geral da Fatec, Sérgio Marchetti, a média de ocupação é de 70% das vagas disponíveis.
O vendedor de equipamentos para construção, Rafael Andrade Antunes, de 41 anos, seguiu na contramão da maioria dos profissionais do comércio e buscou se qualificar. Ele fez em novembro do ano passado um curso bancado pela empresa onde trabalha e não se arrepende. “Melhorei muito o atendimento ao público e pretendo fazer outros cursos”, afirma.
Na área de construção civil, onde faltam profissionais em diferentes funções, até mesmo cursos voltados para formação de pedreiros tem tido pouca adesão. O Serviço Social da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Seconci-MG) oferece 720 vagas para treinamento gratuito. Porém, a supervisora do departamento de Serviço Social, Silvia Helena Macedo, não espera preencher todas as vagas. Para se ter uma ideia, entre 30 de novembro de 2010 e dezembro de 2011, foram abertas 840 vagas e somente 91 pessoas se matricularam, o que equivale a apenas 10,8% do total. “Não conseguimos mesmo despertar interesse. E olha que damos passagem de ida e volta, vale alimentação e material didático para os alunos”, afirma.
O setor supermercadista tem um déficit de 6 mil trabalhadores, sendo 2 mil vagas restantes do ano passado e outras 4 mil novas abertas neste ano. Para tentar minimizar essa falta de profissionais, a Associação Mineira de Supermercados (Amis) pretende capacitar, entre fevereiro e março, 315 pessoas. No ano passado, foram capacitadas 1,3 mil pessoas em 12 meses. A Secretaria de estado de Trabalho e Emprego (Sete) vai qualificar outros 4 mil profissionais neste ano, também para o setor supermercadista.
(Hoje em Dia)
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