12 janeiro 2012

Frequentadores de missas têm
a pressão arterial mais baixa

Fiéis que procuram cultos uma vez por mês também são beneficiados
Relação. Estudo cruzou dados da saúde de 120 mil
noruegueses com hábitos de frequência a cultos



Nova York, EUA. Um novo estudo realizado na Noruega indica que as pessoas que frequentam constantemente igrejas ou sessões religiosas têm pressão arterial mais baixa, se comparadas com aquelas que não participam desse tipo de evento.

Entre os participantes do estudo que afirmaram frequentar as missas ao menos três vezes por mês, os índices de pressão sanguínea, em média, foram identificados de um a dois pontos menores que a pressão daqueles que não frequentam as sessões religiosas.

A pesquisa aponta ainda dados sobre os fiéis que declararam ir à igreja uma vez por mês. Nesse caso, as pessoas apresentaram como benefício a queda de meio ponto na pressão.

Os dados da pesquisa foram relativos aos anos de 2006 e 2008. Na época, cerca de 41 mil habitantes de Nord-Trondelag, um condado rural localizado no interior norueguês, foram instruídos a responder questionários sobre a frequência religiosa. Após o preenchimento dos formulários, os voluntários foram encaminhados a postos de saúde, onde foi realizada a aferição da pressão arterial.

Hábito.
Nos Estados Unidos, diversos estudos abordaram a relação da igreja com a saúde dos fiéis. No país, boa parte da população é religiosa. Entretanto, essa foi a primeira vez que uma pesquisa do tipo foi feita no país europeu. Na Noruega, por sua vez, grande parte da população não cultiva o hábito de frequentar os cultos religiosos.

Assim, os resultados da pesquisa surpreenderam Jostein Holmes, co-autor do estudo e professor de medicina comunitária da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. O especialista aponta que, como não é comum os noruegueses irem à igreja, esperava-se que os resultados fossem opostos aos mostrados nas pesquisas norte-americanas.

"Não esperava que fôssemos encontrar ligações entre a baixa pressão sanguínea e a frequência à igreja na Noruega", comenta.

Segundo o principal autor do estudo, Harold Koenig, diretor do centro de Espiritualidade, Teologia e Saúde da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, estima-se que ao menos dois terços das pesquisas feitas sobre a temática encontraram relação inversa entre a pressão sanguínea e o hábito de frequentar as missas.

O estudo, que foi publicado em novembro no periódico científico "Journal Psychiatry in Medicine", contou com a ajuda dos dados do Relatório de Saúde de Nord-Trondelag. O relatório vem colhendo informações e acompanhando o estado de saúde de 120 mil noruegueses desde 1984.


Para que houvesse controle efetivo das amostras populacionais durante a análise dos dados os pesquisadores levaram em consideração outras variáveis. Entre ela, estava o grau de escolaridade dos participantes, além de idade, propensão a doenças cardiovasculares e depressão. Entretanto, mesmo com os resultados concretos, o estudo considera que ainda não se podem avaliar as causas da relação entre saúde e igreja.
(Publicado no Jornal O TEMPO em 11/01/2012)

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