28 dezembro 2012

Uso de hormônios aumenta
casos de derrame em jovens
Em agosto, a modelo Marcela Bernardes,
 de 20 anos, sofreu em derrame em casa
Quem vê hoje o discreto sorriso no rosto da modelo mineira Marcela Bernardes não imagina que ela integra estatística alarmante: a de jovens que sofreram AVC, o popular derrame. Aos 20 anos, ela perdeu os movimentos do corpo enquanto tomava banho, numa manhã de agosto. Sozinha em casa, ficou apavorada. Por sorte ou intercessão divina – como prefere a mãe – o socorro chegou rápido e em menos de uma hora Marcela estava no hospital, providência fundamental para evitar sequelas.

O aumento de casos de Acidente Vascular Cerebral em jovens chamou a atenção da neurologista Viviane Zétola. No Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ela coordena um monitoramento contínuo dos casos atendidos. Os números assustam. Dos 3 mil pacientes de 2010 até novembro deste ano, 507 tinham menos de 30 anos. Uma das explicações seria o consumo de hormônios sintéticos, seja na forma de anticoncepcionais ou os utilizados para ganho de massa muscular ou alguns centímetros a mais.

Muito associado à velhice, o AVC tem como principal fator a aterosclerose, patologia influenciada por sedentarismo, tabagismo, obesidade, alimentação com altos teores de gordura e estresse, explica a neurologista. Nos jovens, porém, uma vez descartada toda essa lista de “detonadores”, após o atendimento emergencial, aparece o desequilíbrio hormonal como vilão.

Desequilíbrio
“Tudo que mexe com a regulação normal do organismo torna-se possibilidade”, reforça Viviane Zétola. “Como o anticoncepcional é tomado em larga escala, os postos de saúde distribuem, ginecologistas prescrevem cada vez mais cedo, é hoje um dos fatores que a gente encontra mais associado a AVC em jovens, assim como hormônios consumidos pelos que querem ficar fortões em tempo recorde.”

Indagada sobre o que pode ser feito para reduzir as estatísticas, Zétola diz que houve alerta nesse sentido, tempos atrás, e, no casos dos contraceptivos, ocorreu diminuição da dosagem de hormônio nas pílulas, o que diminuiu consideravelmente as dores de cabeça e a incidência de trombose. No entanto, faltam pesquisas comprovando efetivamente o estrago provocado no organismo. “Sem base científica, dá pra afirmar que o importante é começar a tomar apenas com orientação médica e que cabe aos médicos cada vez mais critério.”
(Portal HD)

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