07 julho 2011

Sacolinha de R$ 0,19 vira brinde
em parte do comércio de BH

Os polêmicos R$ 0,19 cobrados pelas sacolas biodegradáveis, substitutas das sacolas plásticas de derivado de petróleo, banidas do mercado de Belo Horizonte com a implantação da Lei Municipal 9.529/2008, em 18 de abril, já não estão sendo cobrados por vários estabelecimentos comerciais da capital. Entre eles, unidades das Lojas Americanas, como a do BH Shopping, e a loja de material de escritório Kalunga, passaram a distribuir a embalagem como brinde aos clientes.

No Bairro Floresta, na Região Leste, um grupo de empresários se reuniu para produzir sacolas retornáveis que serão distribuídas gratuitamente a partir do próximo final de semana. “Apesar de mais caras, as sacolas terão a logomarca das lojas participantes e vão se tornar agente de divulgação das empresas, incorporando um apelo publicitário”, antecipa o presidente do Conselho da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) Floresta e proprietário da Mixpel Papelarias, Adriano dos Santos Boscate.

Cada sacola retornável terá o custo inicial de R$ 2,10 e a primeira remessa conta com quatro patrocinadores. Entre eles, o Grupo Momo, composto pela padaria Colombina e a Momo Confeitaria, que há cerca de 20 dias não vende mais as sacolas biodegradáveis. “O meu custo inicial era de R$ 0,19, com um volume de consumo de 1,5 mil sacolas por dia na padaria. Era muito alto e não tive como não repassar”, lembra o sócio-proprietário, Danilo Guerra.
A iniciativa deve se expandir para outros estabelecimentos da região. “Foram formados outros cinco grupos de cinco empresas que têm interesse em aderir à ideia”, afirma o idealizador do projeto e dono da Lojas Baby da Floresta, Ronaldo Braga, que também é um dos patrocinadores.

Daniel De Nardi, proprietário do Pet Shop Filhotes Online BH, localizado no bairro Jardim América, Região Oeste, nunca cobrou pelo produto, por considerar o valor baixo comparado aos gastos dos clientes. “Mesmo sendo de graça, tem muita gente que não quer”, afirma. É o caso da auxiliar de vendas Carina Gleice Cardoso. “Os comerciantes estão fazendo isso porque não querem perder o cliente”, pondera.

Vantagem
Em pesquisa recente da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio Minas), 23% dos 300 lojistas entrevistados informaram que ofereceriam a sacola como brinde, sem qualquer custo para o consumidor. “Os empresários enxergam essa medida como uma vantagem competitiva para o negócio”, avalia a coordenadora do departamento de economia da Fecomércio Minas, Silvânia Araújo. Contrário à lei, o vendedor Miguel Arcanjo concorda com o posicionamento das empresas. “Eles não devem cobrar isso do cliente e podem absorver este custo”, avalia.
(Estado de Minas)

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