Tributo a Itamar Franco
Mauro Bomfim |
Morre Itamar Franco. Morre um dos últimos Varões de Plutarco desta República. Na Grécia Antiga, Plutarco foi um filósofo que escreveu mais de 200 obras. “Vidas Paralelas” é sua obra mais portentosa, na qual retratou, com mão impecável de biógrafo, as vidas de gregos e romanos ilustres. Daí, o termo “Varão de Plutarco”, o qual se aplica ao homem probo, cheio de serviços à pátria, e por isso comparável aos gregos e romanos biografados por Plutarco.
Itamar sempre esteve entrincheirado na cidadela inexpugnável defesa da probidade na Administração Pública. Seu radicalismo no combate à corrupção era produto de uma alma incorruptível, desde que se iniciou na vida pública em Juiz de Fora como vereador, galgando os mais altos postos da política como senador, governador de Minas, vice-presidente e presidente da República.
Ao menor sinal de fumaça, quando surgia qualquer fato envolvendo seus auxiliares com maracutaias ou casos de corrupção, Itamar Franco atirava primeiro para perguntar depois quem morreu. Seu dedo estava sempre pronto a acionar a guilhotina para cortar cabeças de corruptos ou de quem deveria ser investigado. Exonerava primeiro para que o auxiliar fosse investigado fora do cargo. Essa é a marca indelével que Itamar Franco nos deixa.
Sacrificava até mesmo assessores de sua intimidade quando a imprensa noticiava possível envolvimento com a corrupção ou tentáculos de favorecimento no poder. Homem implacável na defesa do dinheiro público, era espécime botânica rara no pântano em que se transformou a política brasileira.
Não só a sorte foi benfazeja para com Itamar Franco nos episódios do Senado em 1974, quando a candidatura no MDB era um sacrifício e ele conseguiu ser vitorioso ou como vice de Collor ao assumir a cadeira de presidente depois do impeachment. Itamar estava sempre ali para ser coberto pelo manto diáfano da sorte. Se política é destino e requer uma boa dose de sorte, é preciso , porém, ter o “feeling” ou o “timing” adequados para ser encontrado no caminho da sorte. E Itamar era sempre o homem certo, no lugar certo.
Alguns desavisados, sem cuidado necessário no exame dos fatos e da história certamente seriam injustos no julgamento do legado de Itamar, que devolveu à Presidência da República o bom e velho caminho da moral e da probidade, quando assumiu após a queda de Collor. Depois, os mineiros foram buscá-lo nos braços para o Palácio da Liberdade, depois que fora abandonado às bestas feras de seu antigo partido , o PMDB, maior nau fisiológica que já navegou em mares republicanos.
ELa Nave Va. Itamar – sua história registra- nasceu em pleno mar, num navio, no litoral de Salvador, mas logo se impregnou do espírito de mineiridade vivendo grande parte de sua vida em Juiz de Fora. Como na canção da obra eternizada no filme de Fellini, amigos zarparam para assistir ao funeral da personagem central do tema, cujas cinzas foram lançadas na sua ilha natal. As cinzas de Itamar foram lançadas em Minas e os amigos lhe deram o último adeus do alto das montanhas das Alterosas que ele jamais permitiu fossem niveladas.
“Amigos, vamos zarpar/ Sigamos sobre as vagas da alegria e do pesar/ A rota mais romântica/ Do navio que vai”. Itamar Franco era nosso porto seguro. Das Minas sem mar, como um Tritão redivivo, filho de Poseidon, vigilante cívico de nossas fronteiras terrestres e marítimas, sempre empunhava seu gládio para defender o nacionalismo, combater os corruptos e expulsar os vendilhões da pátria.
Itamar sempre esteve entrincheirado na cidadela inexpugnável defesa da probidade na Administração Pública. Seu radicalismo no combate à corrupção era produto de uma alma incorruptível, desde que se iniciou na vida pública em Juiz de Fora como vereador, galgando os mais altos postos da política como senador, governador de Minas, vice-presidente e presidente da República.
Ao menor sinal de fumaça, quando surgia qualquer fato envolvendo seus auxiliares com maracutaias ou casos de corrupção, Itamar Franco atirava primeiro para perguntar depois quem morreu. Seu dedo estava sempre pronto a acionar a guilhotina para cortar cabeças de corruptos ou de quem deveria ser investigado. Exonerava primeiro para que o auxiliar fosse investigado fora do cargo. Essa é a marca indelével que Itamar Franco nos deixa.
Sacrificava até mesmo assessores de sua intimidade quando a imprensa noticiava possível envolvimento com a corrupção ou tentáculos de favorecimento no poder. Homem implacável na defesa do dinheiro público, era espécime botânica rara no pântano em que se transformou a política brasileira.
Não só a sorte foi benfazeja para com Itamar Franco nos episódios do Senado em 1974, quando a candidatura no MDB era um sacrifício e ele conseguiu ser vitorioso ou como vice de Collor ao assumir a cadeira de presidente depois do impeachment. Itamar estava sempre ali para ser coberto pelo manto diáfano da sorte. Se política é destino e requer uma boa dose de sorte, é preciso , porém, ter o “feeling” ou o “timing” adequados para ser encontrado no caminho da sorte. E Itamar era sempre o homem certo, no lugar certo.
Alguns desavisados, sem cuidado necessário no exame dos fatos e da história certamente seriam injustos no julgamento do legado de Itamar, que devolveu à Presidência da República o bom e velho caminho da moral e da probidade, quando assumiu após a queda de Collor. Depois, os mineiros foram buscá-lo nos braços para o Palácio da Liberdade, depois que fora abandonado às bestas feras de seu antigo partido , o PMDB, maior nau fisiológica que já navegou em mares republicanos.
E
“Amigos, vamos zarpar/ Sigamos sobre as vagas da alegria e do pesar/ A rota mais romântica/ Do navio que vai”. Itamar Franco era nosso porto seguro. Das Minas sem mar, como um Tritão redivivo, filho de Poseidon, vigilante cívico de nossas fronteiras terrestres e marítimas, sempre empunhava seu gládio para defender o nacionalismo, combater os corruptos e expulsar os vendilhões da pátria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário