Secretaria de Estado de Saúde alerta
sobre prevenção contra a febre maculosa
sobre prevenção contra a febre maculosa
BELO HORIZONTE (12/07/11) - Segundo análises da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), ocorre maior incidência de febre maculosa entre os meses de maio e novembro. Isso acontece porque, nesta época do ano, o ciclo de desenvolvimento do carrapato estrela, transmissor da doença, atinge a fase de eclosão dos ovos e, assim, há uma predominância das formas jovens, conhecidas como vermelhinhos ou micuins. Esses carrapatos, devido ao seu tamanho reduzido, passam despercebidos, favorecendo a transmissão da doença.
“Para que a febre maculosa seja transmitida, o carrapato deve ficar pelo menos quatro horas aderido à pele. A forma adulta é grande e facilmente visualizada; já os vermelhinhos ou micuins são mais difíceis de serem notados e, por isso, podem acabar não sendo removidos antes do tempo necessário para o contágio”, explica a referência técnica em febre maculosa, Marcela Ferraz.
Alguns cuidados podem ser adotados para evitar a transmissão da febre maculosa. Ao frequentar áreas de matas ou próximas a rios, é aconselhável usar roupas claras e com mangas compridas para facilitar a visualização do carrapato. Além disso, é importante examinar bem o corpo, a cada três horas, para verificar a presença do parasita.
“Quanto mais rápido forem removidos, menor é a chance de transmissão. Também se deve retirar os carrapatos com a ajuda de uma pinça, evitando que sejam esmagados com as unhas, pois pode haver liberação da bactéria causadora da doença. É necessário, ainda, fazer a limpeza e a capina de áreas que possam favorecer a proliferação de carrapatos”, destaca Marcela.
Inicialmente, a febre maculosa apresenta sintomas muito parecidos aos de outras doenças, como febre, dor de cabeça, dores no corpo, náusea a vômito. Por isso, é essencial que o paciente procure um médico e relate se esteve em áreas onde há risco de ter tido contato com o carrapato. Com a evolução, a doença pode se agravar, levando a ocorrências de manifestações hemorrágicas, entre outros problemas mais graves.
Situação em Minas
Em 2011, até o momento, foram registrados seis casos de febre maculosa, com três óbitos. Em 2010, ocorreram 15 registros e seis mortes. A SES-MG tem buscado o fortalecimento da vigilância da febre maculosa, capacitando profissionais para que sejam conhecidas as áreas de ocorrência da doença e para que os casos sejam identificados precocemente, de maneira que o tratamento seja iniciado o mais breve possível.
“Quando é confirmada a ocorrência de casos, são realizadas ações de educação em saúde com profissionais de saúde e com a própria população, para que todos fiquem alerta para possibilidade da ocorrência de novos casos, bem como as formas de transmissão, prevenção e controle”, diz a referência.
A doença
A febre maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável, causada pela bactéria Rickettisia rickettsii e transmitida por carrapatos infectados. Os vetores são carrapatos da espécie Amblyomma cajennense, conhecidos como carrapato estrela, carrapato de cavalo ou rodoleiro. São hematófagos (se alimentam de sangue), necessitando de repastos em três hospedeiros para completar seu ciclo de vida. O ser humano é intensamente atacado nas fases de larvas e ninfas. Para que a rickettsia se reative e possa ocorrer a infecção no homem, há necessidade que o carrapato fique aderido ao corpo da pessoa por um período de pelo menos quatro a seis horas. Pode também ocorrer contaminação através de lesões na pele pelo esmagamento do carrapato.
Os aspectos clínicos se caracterizam por febre moderada a alta, que dura geralmente de duas a três semanas, acompanhada de dores de cabeça e pelo corpo, calafrios, congestão das conjuntivas. No terceiro ou quarto dia pode se apresentar exantema maculopapular (manchas vermelhas arredondadas), petéquias (pontos vermelhos) nas extremidades, em torno do punho e tornozelo, de onde se espalham para o tronco, rosto, pescoço, palmas das mãos e plantas dos pés.
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